As eleições presidenciais dos EUA acabaram com a vitória do candidato do Partido Democrata, Barack Obama. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, enviou ontem (5) suas congratulações a Obama e indicou que é o momento para a Europa e os EUA fazerem novas promessas nas relações bilaterais. Analistas consideram que a eleição do primeiro presidente afro-americano dos EUA traz novas oportunidades e desafios para as relações euro-americanas.
Além de Barroso, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e os líderes de outros países europeus, o alto comissário da União Européia (UE) para Assuntos de Diplomacia e Segurança, Javier Solana, e secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico do Norte (OTAN), Jaap de Hoop Scheffer, também enviaram mensagens de congratulação a Obama. Em vários lugares na Europa, o povo acompanhou na madrugada a transmissão ao vivo das eleições presidenciais dos EUA e celebrou a vitória de Obama. Especialistas acham que isto é muito semelhante à celebração da Europa da vitória de John Kennedy nas eleições presidenciais de 1960.
De fato, a maioria dos funcionários governamentais e povos dos países da UE apóiam Obama. O que é mais raro é que os ministros das Finanças dos países membros da UE manifestaram anteontem em Bruxelas, durante sua reunião, que apoiavam Obama para ser o próximo presidente dos EUA. O presidente do Grupo do Euro e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, expressou no mesmo dia no parlamento europeu que se fosse norte-americano, votaria em Obama. O resultado de uma pesquisa que começou em fevereiro deste ano mostra que a maioria dos povos europeus apóia Obama e outra pesquisa na França demonstra que 84% dos franceses estão satisfeitos com a vitória de Obama. Analistas ponderaram que uma das razões importantes da preferência conjunta da Europa por Obama são suas políticas de reforma. Os europeus acreditam que o Partido Democrata pode recuperar as relações entre os EUA e os países europeus de aliança tradicional melhor do que o Partido Republicano e continuar mantendo a ordem do mundo.
Como Barroso disse, a UE já pediu que Obama e a organização criem conjuntamente uma nova ordem econômica. Barroso considera que a atual crise financeira internacional também pode se tornar uma nova oportunidade e que as pessoas precisam chegar a um consenso sobre um novo mundo. Ele espera que, com a liderança de Obama, os EUA possam promover juntamente com a Europa a chegada deste novo consenso. Mas, na opinião de alguns líderes europeus, não haverá grande mudança nas relações importantes dos EUA com a Europa. Jean-Claude Juncker afirmou que, mesmo que o novo presidente norte-americano considere mais os interesses europeus, a Europa também vai assumir mais responsabilidades. Analistas disseram que os europeus esperam desempenhar papéis mais evidentes no mundo, em uma posição de igualdade com os norte-americanos. Talvez o Partido Democrata, que promove políticas multilaterais, ofereça esta oportunidade à Europa. Ao mesmo tempo, Obama, o primeiro presidente afro-americano dos EUA, dará muita atenção ao conceito de igualdade e os europeus também querem que ele coloque esta idéia nas suas políticas diplomáticas.
Neste momento de expectativa comum da Europa por novas relações euro-americanas, ainda é difícil dizer se Obama pode trazer benefícios verdadeiros aos europeus ou não. Especialistas consideram que a opinião de Obama corresponde à expectativa da Europa de reconstrução do sistema financeiro internacional, no entanto, Obama é presidente dos EUA e sua prioridade após assumir o cargo será a reativação da econômica do país, e não o restabelecimento do sistema econômico mundial. Alguns ainda acham que a preferência dos europeus por Obama é um comportamento "unilateral", porque Obama é primeiramente um político e, para ganhar as eleições, ele pode mudar a qualquer momento suas posições. Alguns especialistas indicam que os europeus devem reconhecer que Obama não vai abandonar o princípio consumado da comunidade internacional e que não é fácil mudar rapidamente as relações euro-americanas.
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