Foi aberta ontem (3) em Bruxelas a reunião de ministros das Finanças dos 15 países da Zona do Euro, que durará dois dias. Um relatório de previsão econômica para o Outono publicado pela Comissão Européia diz que, após o crescimento negativo no segundo trimestre deste ano, a economia dos 15 países da Zona do Euro passará novamente por esse problema no terceiro e no quarto trimestres e a região vai entrar em recessão econômica. Analistas consideram que esta reunião vai discutir principalmente o problema econômico da União Européia (UE) e como tomar medidas comuns para aliviar a atual crise financeira.

O relatório indica que, com a recessão técnica da economia da Zona do Euro, a economia da região vai ficar paralisada no próximo ano. O texto afirma que nos primeiros três trimestres deste ano o PIB da Zona do Euro desceu continuamente e a previsão é de que o índice de aumento econômico da região será somente de 0,1 % em 2009, mas pode aumentar em 2010. A Comissão Européia ainda reduziu a previsão de crescimento econômico da Zona do Euro e da UE e anunciou que o índice de aumento econômico mundial será de 3,7%, mas cairá para 2,3% no próximo ano. Ainda segundo a Comissão, a economia dos EUA e do Japão terão crescimento negativo.

Segundo o relatório, a perspectiva para o futuro da economia da UE não é muito otimista. O comissário europeu para os assuntos econômicos e monetários, Joaquin Almunia, declarou ontem (3) que, com a influência da crise financeira global, o futuro da economia da UE ainda está obscuro e os elementos de incerteza sobre a situação do mercado financeiro e a continuação da crise financeira significam que o aumento econômico será mais lento. Ele considera que nos diversos países membros da UE a crise financeira está piorando o desequilíbrio da macroeconomia, por isso, os países têm que adotar políticas econômicas comuns para aliviar a atual crise.

A reunião realizada no mesmo dia foi a segunda reunião mensal dos ministros das Finanças da Zona do Euro depois do início da turbulência financeira mundial. A Cúpula Financeira Global será realizada em meados destes mês, por isso, esta reunião também atrai a atenção da imprensa. A França, que ocupa a presidência rotativa da UE, declarou no mesmo dia que, após o encontro entre os ministros das Finanças do Grupo do Euro, os ministros das Finanças da UE ainda vão discutir os problemas da crise financeira, reforma do sistema financeiro internacional e outros temas. Os representantes dos países membros vão analisar a atual situação econômica e financeira e avaliar a influência da crise financeira sobre a economia do bloco. A reunião também vai coordenar as posições dos países membros da UE sobre a fundação da nova ordem financeira internacional e discutir a elaboração de sugestões concretas. Os ministros ainda vão realizar conversas com os representantes da Zona de Livre Comércio da Europa, inclusive Noruega, Suécia, Islândia e Liechetenstein, trocar idéias sobre suas experiências no enfrentamento da crise financeira e reforçar a coordenação na cooperação financeira.

A ministra de Economia, Finanças e Empregos francesa, Christine Lagarde, afirmou ontem que vai fazer o máximo esforço para promover a aprovação na UE do projeto de socorro conjunto à economia do bloco para superar os impactos da crise financeira sobre a economia européia. Lagarde assinalou que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, é a favor de um socorro conjunto da UE à economia do bloco e ela acha que, com a atual situação econômica, os diversos países da organização devem adotar ações comuns. No entanto, o presidente do Grupo do Euro, primeiro-ministro e ministro das Finanças do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, disse no mesmo dia que não apóia o projeto de socorro conjunto da UE e considera que as politicas financeiras competentes da organização oferecem aos vários países espaço suficiente para o enfrentamento autodeterminado das dificuldades.