Durante a entrevista, Lee Hsien Loong elogiou os feitos da China nas últimas três décadas:

"Acho que os êxitos são enormes e notáveis. Cingapura percebeu profundamente que, nos últimos 30 anos, a China se tornou um país com um papel positivo na região. Estabelecemos muitos contatos econômicos. Os sucessos se refletiram não apenas nos números do desenvolvimento da economia, mas também nas transformações importantes da ideologia das pessoas. Todas as cidades da China e todo o país experimentaram mudanças materiais e uma infra-estrutura de alta qualidade foi estabelecida. Tudo isso não tem precedentes no mundo."

O premiê também elogiou o desenvolvimento dos laços entre a China e a Associação de Nações do Sudeste Asiático e fez uma avaliação positiva da importância do desenvolvimento pacífico da China para a Ásia e para o mundo:

"O desenvolvimento da China é crucial tanto para a Ásia quanto para o mundo, porque o país tem uma população de 1,3 bilhão de habitantes, representando um quarto do total mundial. Acho que a China também desempenha um papel essencial nos assuntos internacionais. Por exemplo, as negociações da Rodada de Doha, as consultas sobre a Convenção-Quadro da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a não-proliferação nuclear e a questão nuclear da Península Coreana, todos os assuntos requerem a participação da China."

Mencionando o acordo de livre comércio que Cingapura vai assinar em breve com a China, Lee destacou:

"Estou muito contente com a conclusão e a breve assinatura do acordo de livre comércio entre Cingapura e China. Isto será um marco no desenvolvimento da amizade entre as duas nações. O comércio bilateral tem aumentado e se desenvolverá em um ritmo mais acelerado após o fechamento do acordo de livre comércio."

O líder cingapuriano também considera que, com a expansão da crise financeira em todo o mundo, o reforço das cooperações entre Ásia e Europa para enfrentar o problema vai ser o foco da discussão do encontro desta vez:

"A crise financeira será um dos temas principais para nós. Todos os países estão adotando suas próprias medidas, mas a cooperação também é necessária para assegurar que as medidas de qualquer país não causem problemas a outros. Além do sistema financeiro, as áreas afetadas incluem ainda a economia material dos países. Recessão começou a surgir nos EUA, Europa e Japão. Penso que países asiáticos também sofreram impactos, incluindo a China e a Índia. Por isso, saber como tomar medidas para responder à recessão é importante para muitos países."

Lee Hsien Loong também falou dos desafios que estão diante dos dois continentes e os meios para concretizar a cooperação e o benefício mútuo.

"Alguns desafios são de dimensão global, como a crise financeira, a recessão econômica global e negociações de acordos sobre comércio e mudanças climáticas. Algumas negociações estão em andamento, mas não é fácil chegar a acordos. As áreas de nossas cooperações incluem os setores de cultura, educação e compartilhamento de tecnologias para enfrentar mudanças climáticas. Para mim, não é praticável a cooperação de toda a Ásia ou a Europa em um mega-projeto, mas é possível que alguns países asiáticos colaborem com certos países europeus ou com a União Européia como um todo."