Segundo os dados divulgados ontem (20) pela Administração Estatal de Estatísticas, o crescimento do PIB da China nos primeiros três trimestres deste ano foi de 9,9%, uma queda em relação ao mesmo período do ano passado no rimo de aumento. Para impedir a queda do ritmo de crescimento econômico, o governo chinês já decidiu adotar uma série de medidas para estimular o crescimento com a ampliação da demanda interna. Ouça agora a reportagem:
Com a influência da crise financeira mundial, o ritmo de crescimento de exportações da China sofreu uma queda sensível, o que afeta a economia do país, que depende da exportação há muito tempo. Segundo o cálculo preliminar da Administração Estatal de Estatísticas, nos primeiros três trimestres deste ano, a taxa de contribuição das exportações de mercadorias e serviços para o crescimento econômico chinês diminuiu em 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a taxa de estímulo ao crescimento econômico teve uma queda de 1,2 ponto percentual. Além disso, a queda sensível do crescimento dos investimentos em ativos fixos e o valor de produção industrial também foram fatores importantes para a desaceleração econômica. Diante da situação de insuficiência da demanda externa, a China precisa encontrar outras fontes de crescimento econômico. O diretor do Banco Popular da China, banco central do país, Zhou Xiaochuan, considera que a China deve manter seu crescimento estável e rápido da economia por meio da ampliação da demanda interna.
"A demanda no mercado total é, de fato, grande, e o crescimento do valor total de investimentos e consumo conta com bom desenvolvimento, mas, com a influência de diferentes fatores, é necessário ampliar ainda mais a demanda interna"
No mês passado, o governo chinês já adotou várias medidas para estimular o consumo dos habitantes, tais como a redução da taxa de juros e a isenção dos impostos sobre os rendimentos da poupança.
Na reunião realizada na semana passada sobre a disposição dos trabalhos econômicos para o quarto trimestre deste ano, o Conselho de Estado afirmou que devem ser adotadas políticas flexíveis e prudentes para o controle macro-econômico e divulgadas o mais cedo possível medidas importantes sobre impostos, finanças, crédito, comércio exterior etc., para manter o crescimento rápido e estável da economia. Quanto à ampliação da demanda interna, os participantes da reunião disseram que deve-se acelerar a reconstrução das zonas atingidas pelo terremoto em Sichuan, acelerar a construção de infra-estrutura e projetos importantes, manter a envergadura de investimentos adequada, reduzir impostos e tarifas sobre negócios imobiliários e promover a compra e venda de propriedades imobiliárias.
O porta-voz da Administração Estatal de Estatísticas, Li Xiaochao, afirmou que, devido ao grande potencial da demanda interna, as medidas adotadas pela China obterão efeitos positivos.
"Atualmente, apesar de o desenvolvimento econômico do nosso país ter obtido grandes progressos nos últimos 30 anos, desde a adoção da política de reforma e abertura, a base agrícola ainda é fraca e precisa de grandes investimentos. A construção de infra-estrutura, incluindo os setores de transporte e construção urbana, também precisa de grandes investimentos e aperfeiçoamento. Também são necessários grandes investimentos para as regiões do centro e oeste do país. Quanto ao consumo, existe grande potencial no mercado e os habitantes rurais e urbanos têm muita vontade de melhorar sua condição de moradia e também de comprar automóveis, por isso, os serviços de diversos níveis também têm um bom potencial de desenvolvimento."
Além disso, a terceira sessão plenária do 17º Comitê Central do Partido Comunista da China divulgou uma meta segundo a qual a receita per capita dos habitantes será duplicada até 2020 em relação ao valor de 2008. Na opinião do economista Yuan Gangmin, isso é uma condição muito favorável à ampliação da demanda interna:
"A decisão tomada pela terceira sessão plenária do 17º Comitê Central do Partido Comunista da China prioriza a ampliação da demanda interna. Só com a elevação da receita dos habitantes, especialmente os agricultores, que ocupam grande parte da população, o crescimento econômico poderá ser sustentado. Por isso, devemos transformar os modos, para que o crescimento de receita dos agricultores se transforme em uma força de suporte para a ampliação da demanda interna."
Segundo a previsão dos especialistas, com a desaceleração do crescimento do Índice de Preços ao Consumidor, a China liberará ainda mais as políticas monetárias para estimular o consumo e o investimento internos. Eles afirmam que a crise financeira global é um desafio, mas também uma oportunidade para a economia chinesa, porque a situação ajudará a mudar o perfil dependente de exportações da economia chinesa, que vem de muito tempo, para uma economia que dependa da demanda interna e reforçando a capacidade de resistência aos riscos externos e consolidando seu desenvolvimento sadio.
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