Começou hoje (17) em Beijing a 15ª assembléia da Confederação Nacional dos Sindicatos da China. Líderes como Hu Jintao, Wu Bangguo e Wen Jiabao compareceram à cerimônia de abertura. O vice-presidente chinês Xi Jinping afirmou no discurso que o país deve ampliar a cobertura dos seus sindicatos, inclusive com a adesão dos trabalhadores migrantes.
A China tem atualmente mais de 100 milhões de trabalhadores migrantes do campo, atuando na construção civil, mineração, serviços e outros setores de trabalho intensivo. Apesar que terem dado grandes contribuições à construção e ao desenvolvimento urbano, o grupo não tem garantia de seus direitos, sobretudo no emprego e nos benefícios, devido às discriminações sociais provocadas pelo sistema de registro residencial.
O vice-presidente chinês declarou hoje a inclusão dos trabalhadores migrantes nos sindicatos de todo o país. Ele falou:
"Devemos continuar ampliando a cobertura dos sindicatos, inclusive a integração dos trabalhadores migrantes às organizações".
A reunião conta pela primeira vez na história com a presença de representantes dos trabalhadores migrantes, chamando muita atenção dos participantes.
Com o rápido desenvolvimento econômico, o número de empresas privadas e de capital estrangeiro vem crescendo de forma vertiginosa, assim como o número de trabalhadores migrantes. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos da China, Wang Zhaoguo, os sindicatos de todos os níveis vêm reforçando sua estrutura e o número de integrantes cresceu de 123 milhões em 2003 para 209 milhões na atualidade. A confederação deve focalizar o estabelecimento de sindicatos nas empresas não públicas, revelou Wang.
"A confederação nacional deve focalizar a ampliação de sindicatos nas empresas não públicas, inclusive as multinacionais".
Até o momento, o país instalou 3370 sindicatos nas sedes e filiais das 500 principais empresas do mundo, absorvendo 2,01 milhões de membros.
O vice-presidente chinês Xi Jinping pediu também a defesa dos direitos legítimos dos trabalhadores. Ele falou:
"Os direitos legítimos dos trabalhadores devem ser protegidos. Para tanto, os sindicatos devem ter um papel coordenado, contribuindo para a formação de uma relação harmoniosa entre as partes contratantes".
Entraram em vigor a partir do dia primeiro de janeiro deste ano a Lei de Trabalho e a Lei de Promoção de Emprego, cuja elaboração contou com a participação da Confederação Nacional dos Sindicatos. Os dois documentos fornecem a base legislativa para garantir os direitos dos trabalhadores. O presidente da confederação nacional, Wang Zhaoguo, falou:
"Os sindicatos de diferentes níveis devem se esforçar para resolver questões do interesse dos trabalhadores migrantes, inclusive o atraso do pagamento, as condições sanitárias e de segurança".
Ainda de acordo com Wang, os sindicatos do país enfatizarão, nos próximos cinco anos, o emprego, a distribuição de renda, a garantia social e a segurança no trabalho, a fim de permitir a todas as camadas sociais o acesso aos frutos do desenvolvimento socioeconômico.
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