A fim de enfrentar a crise financeira e incentivar o crescimento econômico, o Banco Central da Europa, que domina as políticas monetárias na zona do euro, anunciou ontem (8), junto com outros principais bancos centrais da Europa e da América, a redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juro. A medida foi elogiada pela comunidade internacional. Mas, o resultado da medida precisa de tempo para surgir.
O BC europeu anunciou a redução de sua taxa básica de juro de 4,25% para 3,75%. Enquanto isso, a Comissão do Federal Reserve dos Estados Unidos, o Banco Central do Canadá e os bancos centrais de Grã-Bretanha, Suíça e Suécia anunciaram também a redução da taxa básica de juro. A redução do Banco Central da Europa é a mais destacada, pois o banco reduziu sua taxa de juro pela primeira vez desde junho de 2003.
Numa declaração, o Banco Central da Europa afirma que o agravamento da crise financeira aumentou os riscos econômicos na zona do Euro e incrementou a pressão inflacionária. Por isso, o banco e outros principais bancos centrais tomaram esta decisão repentina. Segundo a declaração conjunta publicada por vários bancos centrais, a redução da taxa de juro é uma reação comum. Eles consideraram unanimemente que a medida era essencial para melhorar a situação financeira global.
A decisão do Banco Central da Europa foi bem recebida pelos países na zona do euro, especialmente a França e a Alemanha, que sofreram dificuldades econômicas. A organização BusinessEurope, que representa os interesses das empresas da União Européia, elogiou a medida.
Antes disso, o Banco Central da Europa já havia priorizado a estabilidade dos preços na zona do euro em suas políticas monetárias. A partir deste ano, com a subida dos preços de energia e alimentos no mercado internacional, o banco manteve a taxa de inflação na zona do euro. Além disso, em junho e julho, o índice atingiu 4%, criando um novo recorde. Por esta razão, o Banco Central da Europa anunciou em julho a elevação da taxa básica de juro, de 4% para 4,25%. Mas, com as pressões da inflação, a taxa de juro desanimou os investidores e os consumidores. No segundo trimestre deste ano, a taxa de crescimento da região foi negativa pela primeira vez desde a fundação da zona do euro. Segundo o relatório "Perspectivas da Economia Mundial", publicado ontem pelo Fundo Monetário Internacional, a crise financeira está fazendo com que a economia mundial entre em seu ponto mais baixo.
A segunda redução conjunta da taxa de juro do Banco Central da Europa e do Federal Reserve após os atentados de 11 de setembro de 2001 demonstrou que a situação atual é mais grave do que os ataques terroristas, 7 anos atrás.
Até agora, a UE ainda não apresentou nenhuma estratégia geral para enfrentar a crise financeira. Todas as partes envolvidas pediram que a Cúpula de Outono da UE, a ser realizada no dia 15 deste mês, faça esforços eficazes, a fim de vencer as dificuldades dos países da entidade com medidas coordenadas.
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