Terminou anteontem (4) em Viena a 52ª Conferência Geral da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA). A conferência durou seis dias e discutiu uma série de relatórios de trabalho e orçamento, apresentados pelo secretário-geral da AIEA, Mohamed el-Baradei. Foram aprovadas diversas resoluções e as diretrizes para o futuro de áreas importantes, inclusive a segurança nuclear, utilização nuclear, transferência de tecnologia e medidas de garantia de segurança. Os relatórios e a posição de Baradei sobre as questões nucleares do Oriente Médio e da Península Coreana também atraíram atenção dos participantes da conferência.
O tema da reunião foi "O futuro papel e o desenvolvimento da AIEA". Mais de 1.400 representantes dos 130 países membros da AIEA participaram das discussões. O secretário-geral da agência fez um discurso intitulado "AIEA no cruzamento", dizendo que é preciso aperfeiçoar a infra-estrutura dos vários países sob a supervisão da AIEA e promover o sistema de garantia de segurança nuclear global segundo o quadro da lei administrativa e acordos internacionais. Ele advertiu que a AIEA está enfrentando falta de recursos, tecnologia, capital e autoridade na inspeção de segurança e que a elevação da eficiência da agência é crucial para a segurança e o desenvolvimento internacionais.
O uso pacífico da energia nuclear e a promoção da segurança nuclear são os pontos mais importantes desta conferência. Baradei entregou uma série de relatórios em que reiterou as cooperações internacionais da AIEA sobre radiação nuclear, segurança da transferência tecnológica e administração dos resíduos nucleares, incluindo a administração dos conhecimentos nucleares, desenvolvimento da estrutura básica nuclear, reforma da tecnologia nuclear e outros aspectos. O Relatório de Garantia de Segurança Nuclear 2008 visa a prevenir o terrorismo nuclear e pede que os vários países impulsionem a proteção do material nuclear e outras matérias radioativas, a pesquisa e o enfretamento das ações más e a cooperação internacional de coleção e compartilhamento das informações. Os relatórios ainda sugerem medidas concretas para elevar a eficiência do sistema de garantia de segurança nuclear. Para o tema de uso pacífico da energia nuclear e garantia de segurança nuclear, a conferência ainda realizou um fórum cientifico de dois dias e uma exposição especial que envolveu 12 países, como China, Japão, EUA, Rússia e outros.
A posição de Baradei sobre as questões nucleares do Oriente Médio e da Península Coreana também atraíram ampla atenção. Quanto à reativação das instalações nucleares de Yongbyon, na República Popular Democrática da Coréia (RPDC), Baradei disse esperar que a RPDC participe novamente do acordo de não-proliferação nuclear e crie condições para entrar no sistema de segurança nuclear da AIEA. Ele valorizou a atitude cooperativa da RPDC e assinalou que a AIEA está cooperando com o país, realizando supervisão e exames especiais, e leva em conta as atividades de desativação das instalações nucleares da RPDC. Sobre a questão nuclear iraniana, Baradei afirmou que não descarta a possibilidade de que o Irã realize planos secretos e pediu que o país eleve a transparência do seu plano nuclear e o publique o mais cedo possível. Ele afirmou novamente nos relatórios que é preciso estabelecer uma zona sem armas nucleares no Oriente Médio.
A conferência ainda realizou a eleição do Conselho da AIEA. Afeganistão, Argentina, Burkina Fasso, Cuba, Egito, Malásia, Nova Zelândia, Romênia, Espanha, Turquia e Uruguai se tornaram novos membros do Conselho da AIEA, com período de serviço de dois anos.
O diretor da Agência Estatal de Energia Atômica da China, Chen Qiufa, apresentou na conferência os pontos de vista do governo chinês quanto ao reforço da cooperação internacional em prol do uso pacífico da energia nuclear. Ele também conversou com Baradei sobre promoção da segurança e uso pacífico da energia nuclear.
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