O pacote antigo foi rejeitado dois dias atrás pela Câmara. Após o veto, o governo e o Congresso norte-americano fizeram intensas modificações esperando obter mais apoio em novas votações. Apesar do otimismo do governo Bush e dos líderes congressistas com a aprovação, a posição dos deputados ainda não é muito clara.

O pacote econômico anterior, apresentado pelo governo no dia 20 de setembro, foi rejeitado no dia 29 pela Câmara norte-americana. Nos últimos dias, o governo Bush e os líderes dos dois partidos no Congresso adicionaram uma série de cláusulas para conquistar mais votos a favor.

A alteração mais importante é a elevação do limite de seguro de depósito de US$ 100 mil para US$ 250 mil. De acordo com as leis federativas norte-americanas, se os bancos falirem, o governo devem reembolsar os correntistas. Antes do pacote, este reembolso ia até o limite de US$ 100 mil. A elevação do teto do valor visa a recuperar a confiança da população no sistema bancário e atenuar uma corrida aos bancos.

A versão modificada também inclui redução e isenção de impostos de até US$ 100 bilhões em cinco anos. Na noite de ontem, o Senado norte-americano ratificou o plano com uma vantagem esmagadora de 74 votos a favor e 25 contra, revitalizando o pacote.

A aprovação do pacote no Senado aumentou a confiança do governo Bush e dos líderes congressistas. Bush divulgou uma nota elogiando a ação do Senado e pediu que os deputados aprovem o mais cedo possível o plano. Ele disse que o povo norte-americano aguarda e a economia americana requer a aprovação do programa ainda nesta semana.

A aprovação com uma vantagem esmagadora do pacote no Senado influenciou a Câmara. O líder da Minoria do Senado, Harry Reid, disse que a versão modificada do plano é a melhor opção que precisa ser promovida. Ele, junto com a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, emitiu um sinal para estabilizar a confiança do mercado, afirmando que fará todos os esforços pela ratificação do pacote no futuro próximo.

O líder republicano da Câmara, Roy Blunt, revelou que os telefonemas e cartas protestando contra o pacote de salvação enviados pela população ao Gabinete do Congresso tiveram uma queda drástica de 40 pontos percentuais. Além disso, senadores de vários estados também pediram aos congressistas a aprovação do plano.

No entanto, analistas ponderaram que as cláusulas adicionais da nova versão não mudaram a raiz dos conteúdos essenciais do pacote de salvação de US$ 700 bilhões, que é o direito de aquisição de bancos e instituições financeiras de Wall Street pelo Departamento do Tesouro. Ainda não se sabe se o plano vai ser aprovado pela Câmara.

Alguns deputados republicanos aderentes à política econômica conservadora podem provavelmente se opor à cláusula de redução e isenção de US$ 100 bilhões de impostos da versão modificada, a não ser que o governo esclareça como preencher o rombo desse valor de impostos por meio de cortes nos gastos.

Ao mesmo tempo, no mês de novembro acontecerão não apenas as eleições presidenciais dos Estados Unidos, como também eleições da maioria dos congressistas, que têm se preocupado com os riscos políticos causados pela votação do pacote.

Por isso, para a aprovação do plano na Câmara, o governo Bush e os líderes partidários no Congresso devem fazer esforços para persuadir os 133 deputados republicanos que votaram contra a versão anterior do pacote, a fim de conquistar mais 12 votos a favor.