O Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) e o órgão de supervisão mundial de geleiras da Universidade de Zurich da Suiça publicaram anteontem (1) em Genebra um relatório conjunto indicando que a velocidade do degelo mundial está se acelerando em progressão geométrica nos últimos 20 anos e que a situação está extremamente grave.
Algumas fotos de satélite publicadas recentemente pela Agência Espacial Americana (Nasa) mostram que o gelo permanente com 125 mil anos de história ao redor da calota glacial do Pólo Norte derreteu e é primeira abertura ao mesmo tempo da "rota noroeste" e da "rota nordeste". O pólo norte se transformou, pela primeira vez na história, em uma ilha isolada. Especialistas em náutica consideram isto como um "evento histórico" e as empresas de transporte marítimo tentaram ganhar as melhores rotas marítimas. Mas, mais cientistas estão preocupados com o futuro da Terra.
O relatório intitulado "Degelo mundial: fatos e dados" indica que muitas provas mostram que as mudanças climáticas estão diminuindo as geleiras globais e que, desde 1980, a espessura média da cobertura de gelo caiu cerca de 11,5 metros. O relatório afirma que na região dos Alpes, no centro da Europa, nos 30 anos entre 1970 e 2000, a área de gelo diminuiu em 22% e a velocidade acelerada do derretimento também é preocupante. O relatório faz uma comparação dos 30 anos passados, concluindo que a velocidade do derretimento entre 1996 e 2005foi duas vezes maior do que a dos dez anos anteriores e quatros vezes maior do que vinte anos atrás, aumentando em progressão geométrica. O relatório ainda adverte que, se a tendência do aquecimento global não for controlada, muitas reservas de gelo em montanhas do mundo vão desaparecer no final deste século.
O Pólo Norte é a região onde mais se vê a tendência de aquecimento global. O mar absorve mais calor da atmosfera, então, a velocidade do aumento da temperatura é duas vezes maior do que em outras regiões. O derretimento da geleira não é um tema novo, mas o grande desmoronamento da estrutura glacial no pólo sul, a rápida redução das geleiras na região do Himalaia e o derretimento da neve do Monte Kilimanjaro já se tornaram focos de reportagens. O tema do Dia Mundial do Ambiente foi "o resultado preocupante do derretimento das geleiras". A organização mundial de meteorologia nomeou o ano passado com o "Ano do Pólo" e pediu atenção mundial à mudança climática na região polar. No entanto, as pessoas ainda ficam surpresas com as fotos que mostram o Pólo Norte como um ilha isolada e a causa para isso é a alta velocidade do derretimento da geleira na região. Os relatórios científicos de 2007 consideraram que o Pólo Norte iria se transformar em uma ilha isolada em 2030, mas, neste ano, isso já se tornou real.
A "ilha isolada" do Pólo Norte transmite duas mensagens ao mundo. A primeira é otimista: a rota marítima tradicional pode ser mais curta e vai aparecer uma rota importante ligando Europa, Ásia e África. Mas, a outra é horrível. Com o derretimento total da calota glacial do pólo norte, o nível do mar vai subir 60m no futuro. No entanto, agora a humanidade já não consegue aguentar o resultado. As geleiras são fontes diretas de água doce para milhares de pessoas e estão estreitamente ligadas à vida de muitas espécies. A redução ou o desaparecimento do gelo vai trazer inundação, seca, mudança climática e desordem ao sistema ecológico, ameaçando a existência da humanidade.
A atual situação é grave e preocupante, mas o mais urgente é que a raiz deste problema ainda não foi eliminada. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na cerimônia de comemoração do 20º aniversario da fundação da comissão especial de mudança climática entre governos da ONU, disse que os países do mundo devem acelerar as negociações e elaborar um acordo para enfrentar as mudanças climáticas. Ele afirmou especialmente que os EUA são a maior entidade econômica do mundo e também o país com maior emissão de gases causadores do efeito estufa, por isso, os Estados Unidos têm que desempenhar um papel de liderança no problema de mudanças climáticas.
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