O furacão Gustav, que atingiu a região do Caribe nos últimos dias, vai chegar hoje (1, no horário local) ao Golfo do México, nos Estados Unidos. Os estados que devem ser atingidos já decretaram estado de emergência e evacuaram os habitantes para enfrentar o furacão. Três anos após a passagem do furacão Katrina pela cidade de New Orleans, na Louisiana, a chegada do furacão Gustav vai prejudicar a economia da zona produtora do petróleo ao redor do Golfo do México dos Estados Unidos e trazer um grande desafio ao candidato à presidência do Partido Republicano, John McCain, e à convenção nacional do partido, a ser realizada em breve.

Após causar 81 mortes e grandes prejuízos na região do Caribe, o furacão Gustav atingiu anteontem Cuba com uma tempestade "extremamente perigosa" de categoria quatro e ventos de até 240 km por hora. As informações publicadas ontem pelo centro nacional de furacões dos EUA indicaram que o Gustav já diminuiu para furacão de categoria três, mas tende a aumentar e chegará hoje ou amanhã ao Mississipi e ao leste do Texas.

No dia 29 de agosto de 2005, New Orleans foi atingida pelo furacão Katrina, uma das catástrofes mais graves da história norte-americana, com a morte de 1.600 pessoas. Atualmente, enfrentando a ameaça do furacão Gustav, o Governo Bush e os estados perto do Golfo do México estão em alerta máximo. O porta-voz do Casa Branca Scott M. Stanzel disse que o presidente do país se reuniu no dia 30 com os líderes dos estados do Golfo de México para discutir medidas para enfrentar a catástrofe. O ministro da Segurança Nacional do país, Michael Chertoff, inspecionou ontem a cidade de New Orleans e afirmou que o governo norte-americano elaborou por três anos um projeto sem precedentes e a situação agora é bem diferente em comparação com 2005. Uma autoridade federal dos EUA expressou que muitos materiais de resgate já estão sendo transportados à região do Golfo do México. A Cruz Vermelha dos Estado Unidos também está mandando veículos para transportar materiais à região, como tendas, cobertores e instalações de saúde. Os estados de Louisiana, Mississipi e Texas já decretaram estado de emergência e destacaram policiais para vigilância. Cerca de um milhão de pessoas já deixou New Orleans e as cidades perto do mar.

A região do Golfo do México produz um quarto do volume total de petróleo dos EUA, ocupa 15% da produção de gás natural e possui 405 das refinarias de petróleo do país. Três anos atrás, o furacão Katrina destruiu 109 plataformas e cinco torres de exploração de petróleo e causou uma queda na produção diária de óleo bruto da ordem de 1,6 milhão de barris. Com isso, o preço do óleo bruto aumentou. A última avaliação indica que é possível que o furacão Gustav reduza a produção em 1,2 milhão de barris por dia e prejudique de 40% a 50% da produção de gás natural. Por isso, o preço do petróleo no mercado de Nova York atingiu o ponto mais alto no último fim-de-semana, depois de um período de grande queda.

A imprensa também noticiou que o furacão Gustav vai trazer grandes influências para o candidato à presidência do Partido Republicano, John McCain, e para a convenção nacional do Partido, a ser realizada hoje em St. Paul, Minnesota. A porta-voz do Casa Branca Dana Perino declarou ontem que o presidente Bush e o vice-presidente Dick Cheney não vão participar da convenção nacional e vão à região do Golfo do México para liderar o combate aos estragos causados pelo furacão. McCain também mudou seus planos e foi ao Mississipi para conhecer as providências emergenciais e expressar sua atenção aos habitantes locais.

A opinião pública considera que o furacão Katrina se transformou em uma tempestade politica por causa do tratamento inadequado do governo Bush. Analistas indicam que se Bush e McCain desempenharem bem o comando de resgate da catástrofe, mudarão suas imagens de três anos atrás e se beneficiarão na eleição. Mas, se agirem mal, o Partido Republicano vai perder muitos apoiadores e oferecer oportunidades para o Partido Democrata. Com a situação de equilíbrio entre Obama e McCain, como o governo Bush e McCain enfrentarão o furacão Gustav será um elemento decisivo.