Começou ontem (16) em Johanesburgo, a maior cidade da África do Sul, a 28ª cúpula da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês). Líderes de 14 países membros da organização participam da reunião, que durará dois dias, discutindo as questões de processo de integração econômica na parte austral africana e da situação regional. Comparativamente com os encontros anteriores, esta edição da cúpula envolverá tópicos mais delicados e difíceis, especialmente sobre as questões regionais econômicas e políticas.

O tema principal da cúpula é "zona de livre comércio da SADC: crescimento econômico, desenvolvimento social e a criação de riqueza", com o objetivo de estabelecer a zona de livre comércio na região, que é muito importante e significativa para a Comunidade, que possui 14 países membros, uma população de 247 milhões e 430 bilhões de dólares americanos de Produto Interno Bruto na região. A criação da zona comercial vai promover muito os negócios regionais, o desenvolvimento empresarial e criar mais empregos. O secretário executivo da Comunidade, Tomaz Augusto Salomão, declarou que o estabelecimento da zona de livre comércio na parte austral da África será um marco histórico no processo de integração regional.

De acordo com a meta da organização, após a criação da zona econômica, serão estabelecidos a aliança de impostos em 2010, mercado comum em 2015, banco central regional e aliança monetária em 2016 e em 2018, segundo planejado, todos os países membros utilizarão moeda única.

No entanto, o planejamento ainda enfrenta muitos dificuldades e desafios. Em primeiro lugar, Angola, República Democrática do Congo e Malavi estão fora da zona comercial, por motivos próprios e não-cumprimento dos requisitos da Comunidade. Para uma organização regional de 14 membros, a ausência de três países importantes é um grande problema. No segundo lugar, a alta taxa de inflação e o grande déficit de alguns países prejudicaram seriamente a realização das metas econômicas. Por exemplo, a inflação do Zimbábue atingiu 2,2 milhões por cento, e a situação em Moçambique também é preocupante. Em último lugar, as crises globais de alimentos e energia trouxeram grande impacto para a região. No ano passado, a Comunidade não cumpriu a meta de desenvolvimento econômico, de 7%. Além disso, a grande carência de abastecimento elétrico também é um grave problema.

Nesta edição da cúpula, as situações internas de alguns países membros também são prioridades. Neste ano, vários países africanos passaram por problemas políticos. A República Democrática do Congo tem o problema da volta dos refugiados após a assinatura do acordo de cessar-fogo entre as facções, enquanto Lesoto enfrenta a oscilação social trazida pela eleição presidencial no ano passado. Entre eles, a confusão no Zimbábue mais atrai a atenção. Em março deste ano, foram realizadas eleições presidenciais, parlamentares e regionais no país. No segundo turno das eleições, no fim de junho, a saída do partido oposicionista provocou uma crise política interna. Agora, os líderes partidários do país ainda estão negociando na África do Sul, com o objetivo final de estabelecer um governo unido. Por isso, a solução do problema do Zimbábue também é uma tarefa prioritária da cúpula da Comunidade.

Além disso, as questões de prevenção da AIDS, estímulo dos empregos, promoção da garantia social, desenvolvimento da educação e fomento da igualdade sexual também estão na pauta das reuniões.