"O Brasil sente que precisa ser mais conhecido na China", manifestou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Welber Barral, em uma entrevista exclusiva à Xinhua, à margem do Seminário sobre Oportunidades de Investimentos no Brasil, realizado ontem no Hotel China World, em Beijing.
Uma missão brasileira, liderada por Welber, está na China realizando uma série de reuniões e visitas com funcionários e empresários chineses, de quarta-feira até sexta-feira desta semana na China. A missão é a primeira atividade da programação da Agenda China, documento que visa, principalmente, a triplicar as exportações brasileiras para a China e atrair mais investimentos chineses para o Brasil até 2010.
O documento foi lançado no dia 3 deste mês em Brasília e no dia 7, a missão chegou primeiro a Macau, com a realização de um seminário semelhante, pois, segundo o funcionário brasileiro, empresários da região estão muito interessados nas oportunidades de negócio com o Brasil.
"Dentro do plano de desenvolvimento brasileiro, a relação econômica com a China tem destaque. O Brasil espera seguramente que, até 2010, ela seja a primeira parceira comercial do país", assinalou Barral, que confirmou que trabalha muito em assuntos sobre a China, mas que, pela primeira vez, visita o país asiático,
Para ele, "a China hoje é um parceiro estratégico do Brasil" e não há como pensar no século 21 sem pensar na parceria entre os dois países.
No seminário, a vice-ministra chinesa do Comércio, Ma Xiuhong, também fez um discurso, no qual prognosticou que o comércio entre os dois países possivelmente superará US$ 40 bilhões, um aumento de 34,7% em comparação com o ano passado.
"Os dois países ainda têm espaço para expandir mais o comércio bilateral e melhorar a estrutura de produtos de exportações e importações", disse Ma, cujas palavras coincidem com a idéia do Brasil.
Barral indicou que entre 2000 e 2006, o comércio entre os dois países aumentou dez vezes."Esse crescimento foi muito rápido e muito importante. É um crescimento que queremos manter", disse Barral, que, no entanto, reconheceu que muitos produtos se concentravam na área agrícola.
Além disso, em 2007, pela primeira vez desde 1987, a balança do comércio bilateral deixou um déficit ao Brasil, no valor de cerca de US$ 2 bilhões. "Sentimos a possibilidade e a necessidade do desenvolvimento na área do comércio com a China", esclareceu.
A Agenda China tem como objetivo aumentar as exportações brasileiras para o país asiático para até US$ 30 bilhões até 2010, cerca do dobro do que acontece hoje, uma meta que o funcionário brasileiro tem muita confiança em realizar. Barral sublinhou que grupos de vários órgãos do Brasil trabalharam durante cinco meses para elaborar a Agenda China, que identificou 619 produtos brasileiros com potencial de expansão das exportações para o mercado chinês. Em 2007, esses produtos representaram 67% do total das importações chinesas, cuja pauta total somou 5.637 produtos.
|