O preço do petróleo bateu novamente o recorde histórico ontem (26). Tanto no mercado de Nova York quanto no de Londres, o barril superou a marca de US$ 140. Desde o início do ano, os preços do "ouro negro" deram um grande salto. Para os analistas, a situação atual foi motivada por diversos aspectos, entretanto, a especulação no mercado internacional é fundamental para a questão.
Ontem, o preço do barril na Bolsa Mercantil e de Futuros de Nova York subiu US$ 5,09 e fechou a US$ 139,64 dólares. No mercado de Londres, o barril do tipo Brent aumentou US$ 5,5, fechando a US$ 139,83. Os dois preços são recordes históricos.
Segundo analistas, há dois motivos principais para o grande salto dos preços de ontem. Em primeiro lugar, a previsão feita por Chakib Khelil, ministro de Minas e Energia da Argélia, que ocupa a presidência rotativa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de que a alta dos preços vai continuar no verão. O segundo motivo foi o anúncio da empresa nacional de petróleo da Líbia, ameaçando reduzir a produção, considerando que há demasiada oferta do produto no mercado internacional. Além disso, a queda do dólar americano também agravou a situação.
Nos últimos seis meses, os preços do petróleo tiveram um aumento fora do normal. Após superar pela primeira vez os US$ 100 por barril no dia 2 de janeiro, o preço continuou subindo com uma velocidade vertiginosa e chegou aos US$ 140 em apenas alguns meses.
Enfrentando a situação, os principais países consumidores ocidentais pediram um aumento na produção da Opep, considerando que o motivo da alta de preços é o desequilíbrio entre oferta e demanda. Eles também atribuíram a responsabilidade aos países em desenvolvimento.
No entanto, a idéia é inaceitável para a Opep. Segundo o relatório mensal da secretaria da organização, o mercado internacional tem "oferta suficiente" e a alta dos preços não tem nada a ver com abastecimento. Para os analistas, dentre todos os possíveis motivos, tais como a contínua desvalorização da moeda norte-americana, o crescente aumento da demanda e a deterioração da situação política em alguns países produtores, as ações de especulação no mercado são muito importantes. Analistas também apontaram os motivos do surgimento da especulação. Em primeiro lugar, a crise dos empréstimos hipotecários de risco nos EUA no ano passado e a oscilação dos principais mercados financeiros prejudicaram o ambiente de investimento financeiro mundial e, por isso, os mercados de petróleo concentraram grande volume de investimentos. Em segundo lugar, com a contínua redução de taxa de juros pelo Fed, banco central norte-americano, e a desvalorização da moeda norte-americana, o "ouro negro" atraiu cada vez mais investimentos internacionais. Por último, a inflação global também agravou a situação.
Atualmente, o problema da alta do petróleo exige soluções multilaterais. Na Conferência Internacional de Energia, realizada no dia 22 deste mês na Arábia Saudita, a comunidade internacional foi unânime em apontar que a alta dos preços do petróleo já é uma grande ameaça à economia mundial, e os países tantos consumidores quanto produtores devem intensificar as comunicações e cooperações.
Sobre a tendência dos preços para o futuro, os analistas consideram que a Opep não vai aumentar muito a produção e outros países produtores de petróleo também não têm capacidade de contribuir para a solução do problema. Além disso, a especulação no mercado internacional tende a continuar, assim como a desvalorização da moeda norte-americana. Por isso, a escalada dos preços de petróleo provavelmente vai continuar.
|