O 17º Fórum Econômico Mundial sobre o Leste Asiático terminou ontem (16) em Kuala Lumpur, capital da Malásia. Com foco no tema "Resposta às Novas Incertezas", os participantes da reunião discutiram transformações nos setores econômico, social e político para enfrentar novos desafios.
O fórum atraiu funcionários governamentais, personagens da área econômica e líderes comerciais de mais de 20 países, que debateram principalmente a crise na economia mundial, a crise hipotecária dos EUA, a inflação e a alta de preços de alimentos e energias.
Além das medidas tomadas pelos países do leste asiático para garantir o desenvolvimento nacional, a região toda precisa de um plano comum de desenvolvimento. Por isso, os presentes na ocasião deliberaram principalmente sobre meios de adotar ações conjuntas para responder aos desafios regionais e globais.
No discurso de encerramento do encontro, o Ministro Deputado para o Comércio da Coréia do Sul, Ahn Ho-Young, disse que, perante a preocupação com o aumento dos preços de alimentos e energias e as crescentes oscilações financeiras no mundo, os países asiáticos não podem ser covardes e devem continuar avançando sobre a base econômica sólida já criada.
O salto de preços alimentares e energéticos foi um dos tópicos mais discutidos. Os preços de alimentos subiram 75% desde 2000 e o barril de petróleo está cotado a aproximadamente US$ 140. Estes fatores são ameaças enormes ao desenvolvimento econômico do mundo.
O primeiro-ministro da Malásia, Abdullah Ahmad Badawi, pediu que os países do leste asiático, bem como a comunidade internacional, ajam para resolver as crises causadas pela alta de preços, a fim de prevenir um surto de recessão econômica global e distúrbios em alguns países. Ele disse que o aumento dos preços de alimentos deixou mais de cem milhões de pessoas na pobreza. Protestos populares ocorreram em alguns países devido ao problema. Caso a questão não seja solucionada, essas nações enfrentarão uma situação ainda mais instável.
A inflação foi outro tema importante do encontro. O diretor-geral executivo do Banco Asiático de Desenvolvimento, Rajat M. Nag, alertou para a taxa inflacionária da Ásia, que pode atingir 5,1% neste ano com o aumento de preços, batendo o recorde da última década. Ele avaliou que isto pode influenciar o crescimento econômico de toda a região.
Entre os países da região, o problema se apresenta mais gravemente no Vietnã, cuja inflação anual superou 25%. Os índices de Cingapura, Tailândia, Índia e Filipinas devem ficar entre 7,5% e 11%.
Nag propôs que os órgãos monetários e fiscais dos governos de países asiáticos tomem o controle de inflação como tarefa mais urgente. Ele também recomendou às economias asiáticas que considerem subsídios em dinheiro direcionados às populações carentes, substituindo os fornecidos em conjunto. Esta medida deve ser tomada porque, segundo ele, os subsídios em conjunto não são uma solução de longo prazo para as finanças nacionais e tampouco podem beneficiar às pessoas que necessitam de ajuda com maior urgência.
Nag assinalou, ainda, que a era de preços baixos de alimentos já passou e que as pessoas devem mudar seus modos de vida e, além disso, os países devem aumentar a produção de cereais.
Também foram discutidas na reunião a elevação da transparência na administração e a redução da corrupção. Os participantes consideraram que o combate à corrupção requer mais transparência administrativa. No encontro, o prefeito de Tianjin, da China, Huang Xingguo, falou sobre as experiências do município. Ele disse que os projetos de desenvolvimento autorizados pelo governo municipal são divulgados ao público pela internet e o andamento dos projetos também é divulgado, o que contribui para o aumento da eficiência de trabalho e a diminuição significativa de corrupção.
A ex-primeira-ministra japonesa, Kawaguchi Yoriko, ponderou que os pontos cruciais da administração governamental são a responsabilidade, a transparência e a divulgação de informações. Ela lembrou que o governo sul-coreano desenvolveu há dez anos um kit de software para mostrar à população o andamento de seus requerimentos junto ao governo.
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