A Asssociação Comercial de São Paulo (ACSP) vai abrir em breve uma representação em Macau para apoiar pequenas e médias empresas brasileiras que queiram actuar na República Popular da China.
Sidnei Docal, director executivo da ACSP disse ao jornal Tribuna, de Macau, que a representação ficará localizada no Macau Business Support Centre do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).
"As vendas do Brasil para a China estão concentradas nalgumas grandes empresas. Porém quando se fala de pequenas e médias empresas o panorama é bem diferente e as trocas comerciais são fracas" disse Sidnei Docal em declarações proferidas em Cabo Verde por ocasião do IV Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa que decorreu de 28 a 30 de Maio na Praia.
O director executivo da instituição brasileira referiu ainda que a futura estrutura do ACSP em Macau pretende funcionar como "batedor", organizando contactos e visitas empresariais à China continental de homens de negócios de pequenas e médias empresas do Brasil.
Sidnei Docal considerou que a criação da sucursal baseou-se no facto de se falar português em Macau e na decisão de Pequim considerar Macau como ponte para os negócios entre empresários chineses e os países de língua portuguesa.
O responsável da ACSP revelou ainda que uma delegação de empresários de Macau, organizada pelo IPIM, deverá visitar o Brasil em Julho.
Sidnei Docal informou igualmente que decorrem contactos da ACSP com as autoridades brasileiras para que o próximo Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa se realize no Brasil.
O encontro deste ano decorreu na Praia tendo as autoridades do arquipélago defendido que Cabo Verde quer ser intermediário na ligação entre os países de língua portuguesa e a China, "fazendo valer a posição geo-estratégica", que possui.
O quarto encontro de empresários para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa reuniu mais de 300 homens de negócios e representantes de instituições de promoção.
Os encontros entre a China e países de língua portuguesa, anteriormente realizados em Luanda, Lisboa e Maputo, resultam de um protocolo celebrado em Macau em Outubro de 2003, assinado pelos organismos de promoção dos vários países.
Entre 2003 e 2006, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa mais do que triplicaram para um total de 34 mil milhões de dólares no final de 2006, um crescimento que na altura correspondia a 46,9 por cento face a 2005.
Os valores apurados em 2007 indicam também que o comércio entre a China e os países de língua portuguesa deverá ultrapassar já em 2008 a meta de 50 mil milhões de dólares traçada para 2009.
A República Popular da China decidiu criar, e sedear em Macau, em 2003 o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa destinado a fomentar as relações comerciais com Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. (macauhub)
|