Os materiais de assistência doados pela Cruz Vermelha da Alemanha partiram ontem de Berlim com destino a Chengdu, capital da província de Sichuan, que foi atingida por um terremoto de 8 graus no dia 12. É o primeiro lote de contribuições da Alemanha para ajudar no alívio das conseqüências do desastre na China.
No pátio do Aeroporto de Schoenefeld, em Berlim, uma aeronave Boeing 747 está sendo carregada com os materiais oferecidos pela Cruz Vermelha da Alemanha, que incluem remédios, equipamentos médicos, veículos e um hospital de campanha. O avião chegará a Chengdu por volta das 9h de hoje. Os artigos vão ser transportados para a cidade de Dujiangyan, uma das mais afetadas pelo abalo sísmico. É o primeiro vôo direto entre Berlim e Chengdu. O porta-voz da Cruz Vermelha da Alemanha falou sobre o hospital de campanha:
"Os hospitais em Dujiangyan sofreram danos graves no terremoto e não são capazes de atender os doentes. O hospital de campanha pode servir como um complemento. Além disso, na cidade há muitas pessoas provenientes das regiões montanhosas atingidas. Eles precisam de abrigos e atendimento médico. O hospital de campanha será o melhor no local."
O hospital, composto por 25 barracas com áreas entre 30 e 50 metros quadrados, conta com 120 leitos e salas de cirurgia, parto, emergência, exame de raio de X e medicação, assim como laboratórios, atendendo à demanda de serviços médicos para regiões com população de 250 mil moradores. O próprio hospital móvel possui um sistema de abastecimento de água, energia e alimentos e pode funcionar com autonomia na área do sismo. O diretor da seção de administração de desastres da Cruz Vermelha da Alemanha, Christof Johnen, disse:
"Onze colegas alemães viajarão à China junto com o hospital, entre eles cinco profissionais da saúde que incluem médicos, enfermeiros e administradores... Além disso, a equipe também integra técnicos que serão responsáveis pela montagem do hospital, assim como pela manutenção das instalações."
A iniciativa recebeu apoio ativo do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. As 50 toneladas de materiais têm um valor equivalente a quatro milhões de euros. O hospital deve entrar em funcionamento primário 72 horas depois de chegar a Dujiangyan.
O pediatra professor Jaochim Gardemann é um dos médicos a vir à China desta vez. É a sétima vez de que ele participa de atividades deste gênero no exterior. Ele deseja que o hospital de campanha possa ajudar a população atingida pelo tremor o mais cedo possível.
"Ao chegar ao local, começaremos os serviços de consulta e faremos esforços para atender os doentes no hospital. Ficaremos na China apenas entre quatro e seis semanas. Nossa tarefa é ajudar os colegas chineses a prosseguir os trabalhos no hospital, o que demora quatro semanas em situação normal."
O técnico especialista Claus Muchow mencionou que quer esforçar-se junto com os chineses pelo pronto estabelecimento do hospital.
"São poucos os membros da nossa equipe. Por isso, vamos estabelecer o hospital junto com os colegas chineses. A julgar por minha experiência, a conservação de um hospital com 120 leitos requer o trabalho rotativo de 100 técnicos. Estou à espera da cooperação com os colegas da China."
O hospital de campanha será entregue à Cruz Vermelha da China depois que os trabalhadores alemães voltarem ao país.
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