O Ministério das Relações Exteriores da China concedeu ontem (20) uma coletiva à imprensa em que Li Hui, o assistente do chanceler chinês, e Sergei Razov, embaixador russo em Beijing, falaram sobre a visita de Medvedev à China. Segundo Li, a China é o primeiro país fora da Comunidade de Estados Independentes a receber o novo presidente russo desde que ele assumiu o cargo no dia 7, o que mostra a alta importância que a Rússia e o próprio presidente dão às relações com a China:

"Medvedev é um velho amigo dos chineses. Ele presidiu o Comitê Organizador russo dos anos da Rússia e da China nos dois países, respectivamente em 2006 e 2007, e trouxe contribuições significativas para o sucesso das atividades e o impulso da parceria estratégica de cooperação entre as duas nações. A visita desta vez reflete o alto nível, o caráter especial, a solidez e a natureza estratégica da parceria sino-russa. A China aprecia muitíssimo esta visita."

Li disse que a China deseja que a visita faça uma síntese de todos os aspectos dos êxitos e experiências conseguidos nos últimos 12 anos desde a criação da parceria estratégica de cooperação sino-russa, além de fixar a nova meta e a direção da evolução desse laço no futuro. Segundo o funcionário:

"Nutrimos a expectativa de que a boa relação de trabalho e a amizade pessoal entre as novas gerações de liderança da China e da Rússia sejam estabelecidas através da visita e que o desenvolvimento contínuo, saudável e profundo da parceria estratégica de cooperação sino-russa seja assegurado."

Sergei afirmou acreditar que a visita do presidente russo à China vai dar novo impulso ao desenvolvimento das relações bilaterais:

"Durante a estadia de Medvedev na China, os dois lados reiterarão o aprofundamento da parceria estratégica. A visita vai mostrar que os laços sino-russos são amistosos, equânimes, não-ideológicos e de respeito mútuo aos interesses de cada parte. A relação desse tipo deve servir como exemplo para os laços entre os países no século XXI."

Segundo a chancelaria chinesa, dirigentes chineses como o presidente Hu Jintao, o presidente do Comitê Permanente da Assembléia Popular Nacional, Wu Bangguo, e o premiê Wen Jiabao manterão encontros ou reuniões com Medvedev. Os líderes vão trocar idéias sobre colaborações em tecnologia, energia, proteção ambiental e cultura. Acordos de cooperação bilateral também serão selados.

O embaixador russo revelou que a Rússia e a China assinarão uma importante declaração conjunta durante a visita de Medvedev:

"Proponho que os especialistas façam um estudo do documento, já que oferecerá respostas completas a várias questões e apresentará as posições da Rússia e da China quanto a muitas questões internacionais importantes, incluindo a nova ordem internacional, a segurança e a estabilidade mundiais, assim como novos desafios e ameaças."

Além dos encontros com líderes da China, Medvedev proferirá uma palestra na Universidade de Beijing. Sobre isso, Razov afirmou:

"O presidente terá contato com os jovens da China. Ele fará uma palestra na Universidade de Beijing, o que é muito importante e será transmitido ao vivo pela televisão. O público não se limitará a professores e estudantes da universidade. Estou convicto de que os povos da China e de outros países vão ficar conhecendo as visões do presidente sobre a perspectiva do desenvolvimento da Rússia e das relações exteriores."

Uma grande comitiva de empresários vai acompanhar Medvedev à China. No comércio bilateral, a queda de exportação de produtos mecânicos e eletrônicos da Rússia à China tem preocupado Moscou nos últimos anos. Quanto ao assunto, Li mencionou:

"A China tomou uma série de medidas para elevar a proporção dos produtos mecânicos e eletrônicos exportados pela Rússia. A China quer procurar, junto com a Rússia, a raiz do problema e uma pronta solução para a questão."