Com o bloqueio das estradas causado pelo terremoto, os profissionais da saúde tiveram de recorrer a pára-quedas, barcos ou caminhada para chegar às zonas atingidas. O governo enviou imediatamente grande quantidade de remédios e equipamentos médicos à província de Sichuan. Com o esforço coordenado, nenhuma das regiões atingidas registrou epidemia ou outros incidentes de saúde pública. Ouça a reportagem da Rádio Internacional da China.

O ministério chinês da Saúde lançou um plano de emergência de nível 1 logo após o tremor. Na noite do dia 12, o órgão mobilizou uma equipe de resgate composta por 700 pessoas. Nos dois dias seguintes, milhares de profissionais da saúde foram deslocados de todas as regiões do país para a província de Sichuan. Até as 8h do dia 15, as operações de socorro já estavam em andamento em todas as cidades e distritos atingidos pelo terremoto.

Na coletiva à imprensa realizada ontem (15), o vice-ministro da Saúde e responsável pela prevenção de epidemia do Comando de Resgate, Gao Qiang, anunciou a meta de levar tratamento, profilaxia e materiais médicos a todos os locais afetados.

"O tratamento, a profilaxia e os materiais médicos devem chegar a todas as localidades afetadas, mesmo com o bloqueio das vias de acesso. Procuramos reduzir ao máximo o número de mortos e deficientes e prevenir o surgimento de epidemias nas zonas atingidas."

O exército também organizou equipes de resgate, além de mobilizar medicamentos estratégicos. Ren Guoquan, diretor da Administração de Equipamentos Médicos do Departamento Geral de Logísticas do Exército de Libertação Popular, explicou:

"Os medicamentos foram enviados de cinco aeroportos para a cidade de Chengdu. Recebemos o aviso de que o primeiro lote já foi lançado de pára-quedas sobre as regiões atingidas."

O exército também mobilizou muitos helicópteros para o transporte de materiais e feridos. Um ferido grave removido dia 15 da vila Yingxiu, no distrito de Wenchuan, área mais afetada pelo desastre, disse ao repórter.

"Estou bastante emocionado. Assim que vi o avião, sabia que seria salvo. Senti que estava perto de morrer na noite de anteontem, porque o ferimento é grande e sangrou muito"

O vice-ministro de Saúde Gao Qiang afirmou que embora passasse de 72 horas, o melhor tempo para o socorro, o governo chinês não abandonará o resgate. Ao mesmo tempo, as autoridades sanitárias tomaram medidas para proteger as fontes de água, desinfetar o ambiente e prevenir surtos epidêmicos de modo a cumprir a meta de "nenhuma grande epidemia depois de um enorme desastre".

"Fizemos planos cuidadosos para o controle e a prevenção de doenças em áreas de desastre e enviamos um grupo significativo de profissionais da saúde com experiência, técnica e capacidade. Atualmente, nenhuma epidemia foi registrada nas regiões atingidas, nem outros incidentes de saúde pública "

O primeiro-ministro chinês Wen Jiabao está no local do tremor desde as primeiras horas e tem lutado nesses dias na frente de resgate. O presidente chinês, Hu Jintao, chegou esta manhã a Mianyang, cidade da província de Sichuan, sacudida pelo terremoto. Durante o vôo, Hu destacou que o trabalho de resgate entrou na etapa mais crucial e é preciso esforçar-se para aproveitar o tempo e superar todas as dificuldades, a fim de conseguir a vitória final.