O governo sudanês anunciou na noite do dia 10 ter repelido os ataques contra a capital Cartum pelas milícias anti-governistas. O presidente Omar al-Beshir disse que seu país está cortando as relações diplomáticas com o Chade, acusando o país vizinho de ter apoiado as ações dos rebeldes.
Na tarde do dia 10, um grupo de guerrilheiros do Movimento de Justiça e Igualdade (JEM, na sigla em inglês), entrou no subúrbio de Ondurman, no nordeste de Cartum, tentando provocar desordem na capital. O exército sudanês reprimiu as ações dos rebeldes com uma troca de tiros que durou cinco horas.
No dia 11, o presidente sudanês anunciou a suspensão das relações diplomáticas com o Chade, dizendo que o país deve assumir as responsabilidades pelo ataque do JEM. No mesmo dia, o governo chadiano divulgou uma nota lamentando a decisão do Sudão. Mais cedo, o Chade havia negado qualquer forma de envolvimento no assunto.
Analistas assinalaram que este é o primeiro ataque contra a capital desde fevereiro de 2003. Os confrontos vão intensificar os conflitos entre o governo e os rebeldes. Promover o processo de paz no Sudão e no Sudão e levar os rebeldes à mesa de negociação é urgente, segundo os analistas.
Após o episódio, o secretário-geral das Nações Unidas pediu às milícias sudanesas retomar a via pacífica para a solução dos conflitos. O porta-voz da chancelaria chinesa afirmou também esperar que os rebeldes do Sudão se integrem o mais cedo possível ao processo de paz e retomem as negociações com o governo do Sudão para pôr fim à tensões no país.
Em torno da questão de Darfur, a comunidade internacional concordou em promover ações de manutenção de paz na região ao mesmo tempo em que leva adiante o processo político. Porém, a julgar pela situação atual, o processo político ficou muito aquém da manutenção de paz. A missão mista ONU-UA (União Africana) entrou em operação em janeiro deste ano.
O governo sudanês fechou com o ONU o Acordo de Status da Missão Mista ONU-UA, o que contribuirá para melhorar a situação de segurança em Darfur. Por outro lado, o processo político no país africano está paralisado por muito tempo. Em coletiva à Rádio Internacional da China em fevereiro, o chanceler sudanês Deng Alor disse que existem numerosas facções armadas no país e é difícil que estes grupos unam suas posições. Algumas forças ocidentais de apoio aos rebeldes sudaneses também exerceram suas influências nesta causa. Por isso, as partes envolvidas devem eliminar as barreiras ao processo de paz no Sudão.
Além disso, o corte das relações diplomáticas com o Chade atrapalha a aplicação do acordo sobre os conflitos na fronteira dos dois países, selado em março deste ano. A região de Darfur se limita com o leste do Chade. Como países vizinhos, o Sudão e o Chade mantiveram boas relações por muito tempo. Entretanto, desde o surgimento da questão de Darfur, os laços bilaterais vêm sofrendo oscilações. Os dois países acusam-se mutuamente de provocar desordens e apoiar os rebeldes. Analistas disseram que Sudão e Chade devem manter diálogo para eliminar os desentendimentos e pôr em prática o acordo de paz a fim de resolver a questão de Darfur.
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