O diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castello Branco, anunciou em coletiva de imprensa, realizada na sexta-feira passada, que a empresa brasileira começou a operar um projeto de processamento de níquel para a China.
A Vale é hoje a maior produtora de minério de ferro do mundo e segunda em produção de níquel. O projeto de níquel tem lugar em Dalian, no norte do país asiático, na província de Liaoning e foi iniciado no dia 10 de abril.
"Isso vai viabilizar nós aumentarmos a penetração no mercado de aço inoxidável na China", disse o diretor.
Ele explicou que o projeto é gêmeo do de Goro, na Nova Caledônia (Oceania), que produzirá um produto intermediário do níquel, mandá-lo para Dalian, no norte da China, onde será processado e distribuído para o mercado interno chinês.
"É uma forma de ampliar a nossa competitividade, ter muito mais flexibilidade para ser um player no mercado doméstico da China", disse Branco sobre os projetos.
O diretor da Vale explicou que 37,5% das vendas são para a Ásia, onde estão 12 países que são grandes consumidores de matérias-primas, como o Japão e a China. A Europa consome 23,5%, a América do Sul, 19,5%, a América do Norte, 14,5%, e 5% pelo resto do mundo.
"Nós temos um portfólio, uma distribuição geográfica muito boa em termos de diversificação", afirmou o diretor.
De acordo com o relatório trimestral divulgado pela empresa, o lucro líquido no trimestre chegou a US$ 2 bilhões, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período em 2007. Para a Vale, a queda dos preços do níquel e a desvalorização cambial foram os principais responsáveis pela diminuição dos lucros da empresa.
A China permaneceu como o principal destino das vendas da mineradora, com participação na receita de 16,7%, seguida do Brasil, com 16,2%, Japão, 10,5%, Estados Unidos, 10,5%, Alemanha, 6,5%, e Canadá, 5%.
Além do projeto da planta de processamento de níquel em Dalian, a empresa anunciou a entrada em operação de outros dois projetos: a expansão da mina de minério de ferro de Fazendão, no Sistema Sudeste, em Minas Gerais, e a terceira planta de pelotização, em joint-venture com a Samarco, no estado do Espírito Santo.
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