O 11º Fórum Internacional de Energia terminou ontem (22) em Roma, na Itália. Durante o fórum, o desenvolvimento sustentável de energia foi um dos temas mais discutidos entre os participantes. O chefe da delegação chinesa e vice-diretor da Administração Estatal de Energia da China, Sun Qin, apresentou a situação atual e as políticas energéticas do país.

Nos últimos anos, os países em desenvolvimento, como a China, passaram por um desenvolvimento econômico vertiginoso e contribuíram para o avanço da prosperidade econômica mundial. Entretanto, alguns países e organizações internacionais vêm manifestando preocupações com o aumento da demanda energética dos países em desenvolvimento. Alguns atribuíram a alta do preço do petróleo à procura por energia dessas nações. Sobre as preocupações, Sun considera necessário tratar da questão a partir de um ponto de vista objetivo.

"Para mim, não podemos considerar a demanda chinesa por petróleo como fator principal na alta do recurso. O preço alto atual de petróleo é resultado de vários fatores como geopolítica, especulações e o equilíbrio fraco entre oferta e procura. Por exemplo, estatísticas mostram que em 2005, o consumo petrolífero diminuiu em comparação com 2004, mas o preço de petróleo no mercado internacional passou por um aumento significativo naquele ano."

Para Sun, como um país em processo de industrialização, o aumento de demanda de energia da China se adapta a seu desenvolvimento econômico e social, o que já foi comprovado pelo desenvolvimento dos países industrializados. Apesar de algumas importações do exterior, o desenvolvimento acelerado da economia chinesa depende principalmente dos recursos próprios.

"A China é um país grande com muita energia, nosso volume total é alto. É difícil conseguir, como conseguimos, um desenvolvimento de tantos anos com 90% da oferta de energia sendo do próprio país, como é atualmente e ainda será no futuro. Também não é fácil que a China tenha promovido o desenvolvimento de toda a sociedade com um volume limitado per capita de energia. Isso mostra que no aspecto de consumo energético a China fez contribuições não só ao próprio desenvolvimento, como também à prosperidade econômica do mundo."

A China já entrou em uma nova etapa de construção econômica e social. Questões como oferta energética e desenvolvimento sustentável vêm aparecendo. A garantia tanto do desenvolvimento econômico como da segurança energética se tornou uma questão urgente para o governo do país. No início deste ano, a China criou a Administração Estatal de Energia para elaborar as estratégias do desenvolvimento deste setor.

"O foco de atenção do governo está em três aspectos. O primeiro é a elevação da eficiência energética, já que o desenvolvimento sempre requer o consumo de energia. A elevação da eficiência de utilização de energia beneficia tanto a poupança dos recursos quanto a redução de emissões. O segundo é a intensificação da reforma da estrutura energética. O terceiro é a melhora do uso do carvão e a promoção do progresso tecnológico deste setor."

As emissões de gases-estufa são uma questão inevitável na área de energia. Ao elaborar as políticas do desenvolvimento energético, a China levou em consideração a proteção ambiental e a redução de emissões.

"Como o órgão de energia, nós assumimos grandes responsabilidades neste terreno. Por isso, devemos encontrar o melhor equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente para conseguir mais avanço com menos custos. Nosso limite é não causar grandes impactos ao desenvolvimento sustentável no futuro."

Ao reforçar a capacidade própria, o governo chinês também dá muito atenção às trocas e cooperações internacionais.

"Estamos empreendendo intercâmbios e a introdução de tecnologias avançadas estrangeiras. Também fortalecemos as colaborações internacionais para criar um mercado estável de petróleo."

Segundo o vice-ministro, a China continuará com esforços para estabelecer um sistema de abastecimento energético estável, limpo e econômico priorizando a poupança, a capacidade doméstica e o desenvolvimento diversificado.