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Jiang Yongsheng: 19 anos em Moçambique
  2010-09-13 15:53:32  cri

 "Senhores e senhoras, amigos, tudo bom? Eu gosto muito de Moçambique, no sul da África. Boa saúde. Obrigada!"

O senhor que está cumprimentando, em português, os ouvintes e internautas da CRI chama-se Jiang Yongsheng, natural da província de Sichuan, no sudoeste da China. O Dr. Jiang, de 67 anos, é muito famoso em Moçambique, onde atendeu mais de 170 mil pessoas. Como um especialista da medicina tradicional chinesa, ganhou o respeito da população local por sua excelente técnica e boa integridade moral. Além disso, Jiang Yongsheng teve um papel essencial na fundação do Conselho para Promoção da Reunificação Pacífica da China em Moçambique.

Filho de um médico estudioso da medicina tradicional chinesa, o Dr. Jiang começou a aprender essas técnicas ainda pequeno. Formou-se mais tarde no Instituto de Medicina Tradicional Chinesa de Chengdu, Capital de Sichuan. Iniciou a carreira profissional no Hospital de Luzhou, onde acumulou largas experiências e acabou sendo promovido a diretor do Departamento de Acupunctura.

Em 1991, Jiang, então com 48 anos, foi escolhido como membro da equipe de médicos chineses enviada a Moçambique, iniciando seu elo com o Continente africano. O doutor chinês lembra que não pensou muito quando recebeu a missão. Para Jiang, ele tinha a obrigação irrenunciável de prestar serviços médicos no exterior em nome do país.

"Desembarquei em Moçambique no dia 18 de agosto de 1991. Meus colegas e eu começamos a trabalhar no Hospital Central de Maputo, que tinha 1.500 leitos. Médicos provenientes de mais de dez países trabalhavam lá. Havia poucos médicos locais", lembrou Jiang.

Naquela época, Moçambique ainda estava mergulhado na sombra da guerra civil e de epidemias. Os hospitais estavam cheios, mas o país possuía poucos recursos médicos. Jiang Yongsheng e outros sete colegas chineses começaram logo os trabalhos intensos. O Dr. Jiang foi integrado à equipe clínica de ortopedia e começou a ser responsável pelo tratamento através da acupunctura. No início, os pacientes ficavam assustados ao ver agulhas tão compridas.

"Quando iniciei o meu trabalho na clínica de ortopedia, eu não era muito solicitado. Os pacientes tinham medo ao ver agulhas usadas na acupunctura. Observei a atitude deles, e descobri que eles duvidavam da técnica", disse Jiang.

Devida à falta da confiança dos pacientes, Jiang Yongsheng teve um período difícil. Até que um dia, um camponês local, de 81 anos, foi enviado à clínica. O idoso, chamado Francisco, já estava tetraplégico há um mês e tinha perdido a capacidade de falar. Após uma examinação cuidadosa, Jiang descobriu que a causa estava no trombo cerebral, e decidiu empregar a acupunctura para o tratamento. Uma semana mais tarde, Francisco retomou milagrosamente a capacidade de falar, além de conseguir ficar de pé. A partir de então, Jiang passou a ser conhecido em todo Maputo.

"Estabeleci depois uma clínica voltada exclusivamente ao tratamento de tetraplégicos. Muitos pacientes vieram me procurar. Eu tratei no total 52 casos. Entre eles, vinte e dois pacientes conseguiram andar. Na 8ª Conferência da Medicina de Moçambique, fui convidado a proferir uma palestra. Além disso, muitos médicos, enfermeiros e pacientes expressaram suas opiniões sobre a acupunctura chinesa", disse Jiang.

Jiang Yongsheng vem ganhando a confiança do povo moçambicano, e ficou famoso por todo o país. A esposa do ex-presidente moçambicano, Joaquim Chissano, foi também consultá-lo para tratar de uma dor na vértebra cervical. Depois disso, Chissano contratou Jiang como médico pessoal.

Em 1993, Jiang concluiu seu primeiro contrato em Moçambique. Como as autoridades moçambicanas lhe pediram em várias ocasiões para ficar, Jiang decidiu permanecer naquele país africano. O médico chinês nutriu um profundo sentimento com o povo moçambicano.

"Como já trabalhei em Moçambique há 18 anos, estabeleci boas relações com as autoridades e a população local. Eles gostam muito de mim e me respeitam bastante. Eu também gosto muito de Moçambique. No dia 25 de janeiro deste ano, tive um enfarte e desmaiei no trabalho. A enfermeira ligou imediatamente para o atual presidente, que estava em uma visita oficial no exterior. Ele pediu ao ministro de Saúde para me resgatar a qualquer custo. Fiquei muito emocionado", contou Jiang.

Passado tantos anos em Moçambique, o médico chinês nunca se esqueceu da pátria. Participou em 2002, da fundação do Conselho para Promoção da Reunificação Pacífica da China em Moçambique, e conseguiu o apoio das autoridades moçambicanas. Vários altos funcionários daquele país, inclusive o ex-presidente Chissano, concordaram em assumir cargos de honra na entidade. Segundo Jiang, o Conselho visa oferecer à comunidade internacional um acesso às informações da causa da reunificação pacífica da China. Além disso, ele e seus colegas acompanham atentamente o que acontece em Taiwan e no Continente.

"Sempre promovemos doações quando Taiwan e o Continente sofrem inundações ou terremotos. Doamos US$ 32 mil a vítimas do terremoto de Wenchuan. Temos muita saudade da pátria", disse orgulhoso.

Neste momento, Jiang Yongsheng está ocupado com a criação de um instituto da medicina tradicional chinesa em Moçambique.

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