Outra característica do bronze da fase final da dinastia Shang residia nos desenhos ornamentais. Numa sociedade de culto às divindades como a dinastia Shang, as imagens de animais eram os motivos principais nas decorações do bronze. Em comparação aos períodos anteriores, agora, os desenhos decorativos cobriam quase toda a superfície do corpo principal dos objetos até a superfície dos fundos; os traços ornamentais se espalhavam de cima para baixo mostrando a estrutura de fitas (Foto 45). Dos diferentes animais derivavam os desenhos de diferentes estilos (Foto 46 e Foto 47). Adotavam-se as decorações de alto-relevo e baixo-relevo para realçar a sensação em três dimensões (Foto 48). Alguns artífices preferiram ainda usar os traços ora grossos, ora finos e a distribuição destes ora esparsa ora compacta na superfície das peças (Foto 49). Também nesta época, era muito comum a integração dos alto-relevos com as entalhes redondas. O maior exemplo disso é o Gong conservado no Museu de Arte William Hayes Fogg da Universidade de Harvard, EUA (Foto 50). Este método pode ser observado nos objetos de bronze em meados da dinastia Shang, mas só se generalizou e amadureceu na fase final da Shang. Nos últimos anos da dinastia Shang, surgiu a tendência de simplicidade na ornamentação do bronze e muitas vezes, olhos, sobrancelhas, orelhas, boca e chifres de animais apareciam num único desenho decorativo, ao invés da imagem integral de animais nas decorações (Foto 51).
Os objetos de bronze da fase final da dinastia Shang exalavam os mistérios religiosos e beleza artística e mostravam o amadurecimento da tecnologia do bronze, a vontade e o ímpeto dos artífices pela criação artística, o que só era possível na fase final da dinastia Shang, uma sociedade de estabilidade e riqueza, de forte conceito religioso e de procura de ritos e cerimônias. Foi neste ambiente que a China acolheu seu apogeu da tecnologia do bronze.