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Bronze na dinastia Xia(por volta dos finais do século 22 ou início do século 21 - início do século 17 a. C)
  2010-08-09 10:18:14  cri
Xia, o primeiro regime estatal na história chinesa, foi estabelecido, segundo registros históricos, por Yu, o Grande. O filho de Yu tornou hereditária a sucessão do trono. A dinastia Xia teve 17 monarcas e durou 471 anos (séc 21 a. C – séc. 16 a. C), de acordo com as descobertas arqueológicas desse período. As principais descobertas da dinastia Xia ocorreram no centro e oeste da província de Henan e no sul da província de Shanxi, representadas pela última fase da cultura de Longshan e da cultura de Erlitou de Yanshi, ambas na província de Henan.

Apesar dos registros sobre a fundição de nove Dings pelo Yu e da descoberta de algumas ruínas de ateliês de fundição, inclusive escórias, fragmentos de crisós e malaquites, que confirmam a existência da tecnologia de fundição do bronze no período, a descoberta de objetos de bronze na fase inicial da dinastia Xia são raras.

Numa cova da relíquia da cultura de Longshan, em Dengfeng, província de Henan, foi encontrado um fragmento de bronze com 5,7 cm de altura, 6,5 cm de largura e 0,2 cm de espessura. Esta peça deve ser Jia, um tipo de taça antiga. Segundo os arqueólogos, após a análise de seu formato, a peça mostra uma pequena ranhura na conexão e alguns vestígios de cinzas de fumo, evidenciando seu uso. Trata-se do mais antigo recipiente de bronze produzido em moldes combinados descoberto em nosso país. Apesar de ser um simples fragmento, ele representa uma mudança qualitativa da tecnologia do bronze nesse período, demonstrando que a tecnologia já havia superado o período de forjamento de peças únicas, indo para o período da fundição em moldes separados, o que lançou bons alicerces para a futura produção em grande escala.

A cultura de Erlitou de Yanshi em Henan representa a cultura dos meados e dos finais da dinastia Xia. Foi desenterrada grande quantidade de objetos de bronze deste período, incluindo ferramentas de produção como facas, escopros, sovelas, anzóis; armas tais como lanças, machados, setas; recipientes como Jue(copo de vinho), Jia(taça de vinho), Ding(caldeirão), He(serviço de vinho e água), Gu(pequeno copo de vinho) etc., e instrumentos musicais como campaínhas de bronze. Foram encontradas ainda placas de bronze redondas decoradas com desenhos de animais. As ferramentas de produção são geralmente desenterradas das ruínas, enquanto as armas e recipientes, das tumbas antigas. Descobriu-se ainda a relíquia de um ateliê grande de fundição de bronze, com uma área de mais de 10 mil metros quadrados, em que se encontrou um grande número de moldes, alguns com 36 cm de diâmetro. Isto demonstra que a tecnologia de fundição por moldes combinados é principal meio de produção de objetos de bronze na época e que os objetos de bronze desenterrados em Erlitou eram ali produzidos. 

Parte dos recipientes de bronze da cultura de Erlitou tem a aparência de objetos cerâmicos feitos à mão. Em 1973, foi desenterrado em Erlitou de Yanshi um Jue(Foto 1), cujo formato está muito próximo ao formato do Jue de argila descoberto no mesmo sítio, evidenciando as notáveis características transplantadas dos objetos de barro. O Jue desenterrado em Luoning, província de Henan, e outro pertencente à última fase da dinastia Xia, conservado no Museu de Shanghai (Foto 2) têm aparências muito similares aos Jues de barro, escavados em Erlitou. Alguns recipientes de bronze de Erlitou são semelhantes no formato aos recipientes de argila desenterrados no mesmo período. Estas características demonstram que os objetos de bronze da dinastia Xia seguiriam os exemplos de formato dos objetos de barro da mesma época.

 

É de se notar que foram encontrados em Erlitou alguns objetos de bronze bem diferentes aos objetos de barro. Em 1975, foi desenterrado um Jue de bronze (Foto 3) em Sijiaolou, Yanshi, cujo design abandonava as influências do Jue de barro, o que aconteceu também com os Jias de bronze desenterrados de Erlitou, como por exemplo, um Jia de bronze descoberto em 1984 (Foto 4) tem o formato bem diferente ao de Jia de bronze desenterrado em 1987 (Foto 5). A primeira mostra poucas influências dos objetos de barro, enquanto a última possui óbvios vestígios de imitação. Estas características demonstram que já na fase inicial, a tecnologia do bronze da China se desenvolvia e se renovava em ritmo acelerado.   

Além de poucos pontos, desenhos redondos e traços de arco, raramente as decorações são vistas nos recipientes de bronze da última fase da dinastia Xia. O Ding de bronze (Foto 6) desenterrado em 1987 é considerado como a peça com as decorações mais complexas dos objetos de bronze descobertos da mesma fase. Em contraste à simplicidade dos recipientes, armas e placas de adorno de bronze mostram a fineza decorativa, até estão embutidas de turquesas. Da relíquia de Erlitou, foram escavadas umas placas de adorno de bronze (Foto 7) em formato de roda e elipse, em que há buracos para se fixar com corda ou através de outras maneiras. Nas placas em formato de elipse, as pedrinhas de turquesa finas compõem-se em desenhos bem diversificados mostrando rostos de animais, e nos lugares de olhos estão embutidas pedrinhas redondas de turquesa, o que torna a imagem mais vívida. Em 1975, de uma tumba em Erlitou, foi desenterrada uma peça de bronze redonda (Foto 8) que está guarnecida com 61 pedrinhas de turquesa. Não se sabe ainda a sua função, mas, é uma raridade pela fineza da tecnologia de incrustação. Na mesma tumba, encontrou-se uma lança com ranhura e a seu redor estavam espalhadas muitas pequenas folhas de turquesa. Para arqueólogos, a ranhura deve estar incrustada dessas pequenas pedrinhas. Por que na última fase da dinastia Xia os recipientes de bronze carecem de motivos decorativos e as armas e as placas de adorno são trabalhadas com decorações espetaculares? Isso se relaciona, talvez, com o sistema ritual ou os hábitos da época.

As bordas dos recipientes de bronze da última fase da dinastia Xia são finas. Alguns especialistas consideram que isso deve à tecnologia primitiva da fundição, mas outras opiniões acreditam que isto demonstra o alto nível tecnológico alcançado pelos Xia. Pode-se ver vestígios de refundição em alguns objetos de bronze da época. Como a borda é fina e as condições técnicas são limitadas, surgiam, algumas vezes, vários defeitos nas peças. O verdadeiro motivo para adotar a borda fina nos recipientes de bronze se deve às limitações da capacidade de produção das minas e da tecnologia metalúrgica no mesmo período, o que obrigou os produtores a economizar a matéria prima. Para evitar as rachaduras, os recipientes de bronze da época têm geralmente orlas relativamente grossas, o que demonstra que os projetistas já possuíam uma concepção bastante madura em relação aos objetos de bordas finas.

O Jue é o mais importante objeto ritual na dinastia Xia. No Museu de Shanghai, há uma grande acha-de-arma com desenhos de cruzes compostos de turquesas, cujo fio não é afiado. Comparando os seus desenhos com os de cruzes dos objetos de bronze desenterrados em Erlitou, pode-se concluir que a acha-de-arma em Shanghai pertence à última fase da dinastia Xia e deve ser utilizada pela guarda de honra. A sua descoberta comprova que, logo que surgiram na China, os objetos de bronze eram adotados como objetos rituais.

Na Idade do Bronze, que durou cerca de 2 mil anos na China, a dinastia Xia é o período inicial no desenvolvimento da tecnologia do bronze e que lançou sólidas bases para a sua prosperidade. Os objetos de bronze da última fase da dinastia desenterrados na relíquia de Erlitou podem ser classificados em categorias de serviços de vinho, serviço de cozinha, armas, instrumentos musicais, ferramentas e adornos.

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