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Caligrafia e música
  2010-06-02 15:40:18  cri

Um espetáculo de cultura

Um calígrafo chinês e um violonista inglês uniram suas respetivas habilidades sobre um mesmo cenário, em que parecem conversar, entregando ao público uma inusual manifestação artística que poderia denominar-se "caligrafia musical".

"Um jovem monge chamado Huaisu"

Sobre o cenário há uma grande folha de papel Xuan produzido na província de Anhui nos anos setenta do século passado. Rohan de Saram, violonista inglês, sentado no canto do cenário, com os olhos levemente fechados, começa a tocar Bach. Zeng Laide, em roupa tradicional chinesa, toma o pincel. Primeiro se concentra, fecha os olhos e de imediato começa a escrever caracteres. Traça sete ideogramas: "Shaonian shangren hao Huaisu" (Um jovem monge cujo nome budista é Huaisu), a primeira linha do poema de Li Bai intitulado "Elogio em caligrafia cursiva".

Quando Rohan de Saram começa a executar o solo de violoncelo de Zoltan Kodaly, compositor húngaro, Zeng Laide acelera seus movimentos. Depois, Saram começa a improvisar, momento em que o rapaz que serve de auxiliar a Zeng Laide vem e vai mudando os papéis Xuan. Quando a música se aproxima de seu clímax, o músico se deteve, permitindo que o público se concentre no trabalho do calígrafo. Zeng Laide conclui com um grito a última linha do poema e a música termina. A salva de palmas coroa o espetáculo.

"A caligrafia musical", binômio da tradicional arte chinesa e de modernidade, foi concebida pelo Museu da Grã-Bretanha em Londres, no dia 18 de junho de 2005. A tela de fundo foi uma exibição de pinturas paisagísticas clássicas chinesas, que formam parte da coleção deste museu.

As mídias locais batizaram o trabalho conjunto de Zeng Laide e Rohan de Saram como "diálogo entre as artes chinesa e ocidental".

Raíz da "caligrafia musical"

Há muito tempo que Zeng Laide vivia pesquisando os vínculos entre a caligrafia chinesa e a música. Citando o exemplo, recorda que a música está formada por oitavas e que os caracteres chineses constam de oito componentes: dian (til), heng (traço horizontal), pie (traço à esquerda), na (traço à direita), gou (gancho), tiao (traço com gancho), zhe (traço com curva) e ti (traço vertical com gancho).

Sua afinidade pela caligrafia começou em seus anos no Exército, no deserto Tengger, na Região Autônoma da Nacionalidade Hui de Ningxia, há 15 anos. Cada vez que praticava a caligrafia sobre a areia, se sentia inspirado pelo som que a mesma produzia. Uma bela melodia, pensava, poderia surgir da escrita na areia. Outro tanto sentia ao desenvolver seu talento de calígrafo sobre o papel Xuan. Em seu entender, a música tem seus sons projetados ao exterior; na caligrafia, pelo contrário, o som é interno. Amplificar este último significa obter uma música de extraordinária beleza, indica.

Na primavera de 2004, Zeng Laide assistiu a um concerto do famoso violinista Lv Siqing, no Teatro Poly de Beijing. Foi ali que nasceu a discussão sobre uma eventual representação conjunta de caligrafia e música, a fim de que as duas expressões artísticas se interagissem profundamente.

Em agosto de 2004, Yang Lian, conhecido poeta chinês residente na Grã-Bretanha, retornou à China, onde fechou um acordo com Zeng Laide para gerar o espetáculo. Ao voltar à Grã-Bretanha, Yang Lian propôs o plano ao Museu da Grã-Bretanha. No dia seguinte à apresentação conjunta, seu subdiretor Andrew Burnett disse a Zeng Laide: "No passado respeitávamos a caligrafia chinesa, mas a conhecíamos pouco. Faltava intercâmbio. A caligrafia musical vem ampliando nossa visão e fascinação pela caligrafia chinesa".

Para Yang Lian, presente na ocasião, a "caligrafia musical pode ser considerada como uma exitosa aventura", na qual coincidem as tradições chinesas, integrando-se a caligrafia com outras expressões como poesia, pintura, música e arquitetura, e "demonstra que a caligrafia continua viva na modernidade".

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