Li Genyuan, um fiel budista, veio da Coréia do Sul para render culto ao Bodisatva Samantabhadra. Ele disse:

"Quando vi essa estátua magnífica de Samantabhadra aqui no Monte Emei, admirei a grandiosidade da China. Fiz dez reverências diante da imagem e mais três vezes nos três salões. Doei algum dinheiro ao templo também, mas não muito, foi mais um gesto simbólico."

No Cume Dourado, além de se prostrar diante do Bodisatva, os turistas podem ainda contemplar o nascer do sol, o mar de nuvens, auréolas e "luzes sagradas". Quando as luzes sagradas aparecem, a montanha é rodeada por luzes cintilantes. Na realidade, segundo os cientistas, essas "luzes sagradas" são fenômenos de fosforescência. Mas na antiguidade, os religiosos davam a elas um caráter sagrado, pois acreditavam que eram enviadas pelos budas. Outro fenômeno é a auréola de Buda. Geralmente ela se forma depois das chuvas e reflete a imagem de quem as observa a partir do Cume Dourado. Segundo se diz, mesmo quando mil pessoas observam ao mesmo tempo, cada qual vê sua própria imagem.

O fenômeno natural se repete cerca de 80 vezes por ano. Muito embora possa ser observado em outros locais da China, no Monte Emei sua duração é maior. Segundo as análises científicas, a aurora forma reflexos de luz solar sobre as nuvens. Mas, as condições climáticas no sopé, o sol forte no topo e o fato de o observador se encontrar numa linha reta entre o sol e a sombra são os principais fatores que contribuem para sua visualização. Porém, na Antigüidade, o fenômeno era interpretado como uma manifestação do Bodisatva Samantabhadra para os seres humanos. O aparecimento da auréola depende de muitos fatores naturais, como luz e topografia. Caro ouvinte, não gostaria de fazer uma viagem no Monte Emei para ver se tem uma ligação com o budismo?

Caracterizado pela rica cultura budista, o Monte Emei foi tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.

Atualmente, a montanha atrai não apenas religiosos da Ásia, mas também turistas europeus e americanos. O diretor local, Du Hui, conta que o Monte Emei recebe amigos de todo o mundo com instalações turísticas completas:

"A montanha está equipada com instalações turísticas completas como passarelas, ônibus e teleférico. Temos hotéis de três a cinco estrelas com um total superior a 3 mil leitos. Todos os hotéis estão dentro dos padrões internacionais."

Caro ouvinte, prosseguindo em nossa peregrinação budista, venha comigo agora para o Monte Leshan, 30 quilômetros a oeste de Emei, ali se ergue a maior estátua de Buda do mundo.

O Buda é tão grande que pode ser visto a uma distância de vários quilômetros. Ele tem 70 metros de altura. Sua cabeça mede 14,7 metros e sua largura 10 metros; a orelha possui 7 metros de altura. O pé tem 8,5 metros de largura e comporta mais de cem pessoas de uma vez. Diante deste Grande Buda, ninguém pode deixar de se perguntar: o Buda é a montanha ou a montanha é o Buda. Quem e por que construiu a estátua? A guia Wu Liping explicou:

"A construção do Buda começou no ano 713 de nossa era e terminou 90 anos depois. O monge Haitong foi o iniciador da obra. Ele tomou a decisão a fim de invocar o poder sagrado do Buda para o controle das inundações na região."

Muitos fiéis vêm de lugares remotos para prestar culto ao Buda de Leshan. O Buda Vivo Norbu Rinpoche, da província de Qinghai, no oeste do país é um desses peregrinos.

"Nós, crentes budistas, podemos limpar a alma quando chegamos aqui e rendemos culto à estátua gigante do Buda, tão antiga, majestosa e de aparência tão piedosa."