O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil, Luciano Coutinho, disse quinta-feira que seu país e a China podem e devem promover o comércio bilateral em meio à atual crise econômica global.
Em entrevista exclusiva à Xinhua, o economista comentou que existe um grande potencial de cooperação entre as duas economias, altamente complementares, e que isso poderá ajudar a promover o intercâmbio bilateral.
"O Brasil tem um importante papel como fornecedor de 'commodities' (matérias-primas), especialmente de alimentos necessários para manter os crescentes níveis de consumo da população chinesa", acrescentou o presidente do BNDES.
A agricultura brasileira é extremamente eficiente na produção desses alimentos e o país conta com uma grande área de terra cultivável que pode ser usada para ampliar a produção, explicou Coutinho, que lembrou que várias empresas brasileiras são fornecedoras importantes de matérias-primas da indústria chinesa, como o setor de ferro e aço do gigante asiático.
Há ainda uma grande diversidade de áreas nas quais o intercâmbio poderá ser elevado a um nível muito mais alto do que o atual, observou.
"As duas economias têm por diante uma agenda muito rica, que deve ser aproveitada no futuro", disse o presidente da BNDES, que previu que a próxima visita à China do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em maio, deverá acelerar este processo.
Por outro lado, o Brasil tem o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e anunciou recentemente o plano de construção de residências populares, que poderão oferecer inumeráveis oportunidades a empresas chinesas, de acordo com Coutinho.
A China poderá vender máquinas e equipamentos que o país precisa e participar nas licitações de uma grande quantidade de obras que estão programadas.
A construção de usinas hidrelétricas, ferrovias e portos, que o Brasil necessita para seu pleno crescimento, abrirá as portas para a participação das empresas chinesas, finalizou o presidente do BNDES.
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