Uma pesquisa de opinião online mostrou que mais de 80% dos franceses entrevistados defendem que duas esculturas de bronze, roubadas da China pelas forças anglo-francesas durante a Segunda Guerra do Ópio, em 1860, e leiloadas na semana passada pela casa de leilões Christie's, devem ser devolvidas ao seu país de origem.

O site do jornal francês Le Figaro organizou a pesquisa na segunda-feira, após o colecionador chinês que ganhou o leilão dizer que não iria pagar os 31,49 milhões de euros (cerca de US$ 39,63 milhões) oferecidos pelas duas peças de bronze do século 18, informou o jornal francês Nouvelles d'Europe.

Ao responder à pergunta "Você concorda que Pierre Berges (o atual dono das duas peças) deva devolver os dois artefatos à China", 81,5% dos 51.680 pesquisados responderam "Sim", enquanto 18,5% disseram "Não".

"Devemos entender por que os chineses querem as duas peças de volta. Imagine só como elas chegaram à França", comentou um entrevistado francês.

A casa de leilões Christie's organizou o leilão das duas peças, uma cabeça de bronze de rato e uma de coelho em 25 de fevereiro em meio a fortes objeções por parte da China.

Cai Mingchao, um colecionador chinês de antiquidades, anunciou na segunda-feira que havia ganho o leilão, mas que não iria pagar a oferta.

Um total de 12 cabeças de animais de bronze foram roubadas pelas forças francesas e britânicas do Antigo Palácio de Verão em Beijing, mais conhecido como Yunmingyuan. Os invasores europeus depois atearam fogos no parque imperial da dinastia Qing (1644-1911).

Até o momento, além das duas peças leiloadas, cinco cabeças de animal foram repatriados e estão guardados em um museu em Beijing, enquanto as outras cinco peças estão desaparecidas.