O Índice de Preços ao Produtor (IPP) poderá registrar uma queda notável este mês, aumentando a possibilidade de deflação, advertiu última sexta-feira o presidente da Comissão Reguladora de Bancos da China (CRBC), Liu Mingkang.
O IPP caiu para 2% em novembro, o mais baixo desde maio de 2006, causado principalmente pela queda dos preços de combustíveis e outros materiais. A cifra foi de 6,6% em outubro.
"O IPP caiu mais abruptamente do que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em meio à desaceleração econômica, e isso puxará para baixo os preços de produtos de consumo", explicou Liu, numa reunião realizada em Beijing.
O IPC, principal indicador da inflação, caiu para 2,4% em novembro, em comparação com os 4% registrados no mês anterior.
"Prevemos que o IPC cairá para 1,2% em dezembro e a cifra deverá ser negativa em fevereiro do próximo ano", acrescentou a empresa de consultoria Merrill Lynch em uma nota de pesquisa divulgada no mesmo dia.
De acordo com Liu, o fato de vários países entrarem em recessão econômica teve um impacto importante sobre a China.
"É um 'conto de fadas' pensar que a China ficaria imune ao que está acontecendo no resto do mundo. As economias emergentes enfrentarão maiores desafios, como a contração da demanda exterior e saída de capital", explicou o presidente da CRBC.
A desaceleração da economia chinesa pode ser explicada pela queda das exportações e dos investimentos no setor imobiliário, acrescentou Liu.
Mesmo assim, o governo chinês tentará conseguir um crescimento econômico de 8% em 2009, para garantir os empregos e manter a estabilidade social, assegurou o presidente da CRBC.
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