Tang Shizeng, como jornalista de guerra, experimentou a Guerra do Golfo e, como viajante, deixou suas pegadas em muitos lugares do mundo. Desta vez, como portador da tocha dos Jogos Olímpicos de Beijig no revezamento em Xianyang, cidade da província de Shaanxi, noroeste da China, qual foi a sua sensação?
Foi no dia 3 de julho, em Xianyang, que nosso repórter encontrou Tang pela primeira vez. Quando o repórter estendeu a ele o microfone, a primeira reação de Tang, para surpresa de todos, foi sacar da bolsa uma câmara portátil e tirar uma foto do repórter. Viu o olhar de surpresa do repórter e sorriu sem jeito. Ele disse: "Hoje vim participar do revezamento da tocha olímpica, se não tivesse vindo, estaria como de costume, carregando a tiracolo coisas como lanterna de mão, documentos de identidade, baterias, câmara fotográfica e bloco de anotações. Com estes apetrechos, estou sempre pronto para viagens, correndo para os locais onde acontecem os casos de emergência. Acho que jornalista é assim e se um jornalista se mantém sempre disposto a fazer algo, ele é um jornalista de guerra mesmo."
Tang disse uma vez, que ele é um viajante quando está a caminho, um escritor quando escreve e uma pessoa do povo quando volta para casa. Mas, a coisa mais marcante em sua carreira é a memória das guerras. Na qualidade de jornalista de guerra, Tang tem uma visão própria sobre o espírito olímpico. "Fiz muitas reportagens sobre guerras e desastres e tenho uma sensação muito forte sobre a paz. Em minha opinião, o espírito olímpico inclui três elementos: paz em vez de conflito entre os países; intercâmbio em vez de mal-entendido entre as nações; e competição em pé de igualdade, ou fair play como dizem em inglês. Acho que estes pontos constituem a essência do espírito olímpico", afirmou.
Quando houve o terremoto em Wenchuan, Tang Shizeng foi um dos primeiros fotógrafos a chegar ao epicentro. Ele já estava lá no dia seguinte ao desastre e mandou de volta grande número de fotografias de primeira mão. Recordando seus dias na região, Tang disse como emoção que as memórias eram "tão vívidas como se fossem de ontem". "No epicentro do tremor de Wenchuan, entrevistei Xu Yong, comandante militar que participou do resgate. Ele e sua tropa empreenderam uma marcha intensa de oito horas, atravessaram grandes montanhas e chegaram à vila Yingxiu, uma das mais devastadas, no segundo dia após o sismo. Naquele momento, disse a ele: "você é um verdadeiro portador da tocha. Como comandante, andava na frente de seus dez mil soldados, e o seu percurso de uns 20 quilômetros é mais grandioso do que o de 200 metros que percorri no revezamento."
Tang Shizeng disse ficar sempre emocionado com este tipo de memórias. Falando de sua experiência no revezamento da tocha olímpica, ele afirmou: "A meu ver, cada pessoa é um portador de tocha se ele faz bem seu trabalho. Winston Churchill disse certa vez: ´Somos todos bichos, mas eu acredito que sou um vaga-lume.´ Qualquer portador da tocha olímpica ou qualquer pessoa pode ser um vaga-lume. Quem fizer bem seu próprio trabalho, poderá se transformar de bicho em vaga-lume."
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