A iniciativa de combinar a celebração dos Jogos Olímpicos com a ampliação das áreas verdes da capital é uma idéia tão brilhante quanto inovadora. Sem dúvida, será muito agradável poder presenciar competições de alto nível em um denso bosque, tranqüilo e fresco. Em 2008, este lugar idílico será o palco das provas de arco-e-flecha, tênis e hóquei na grama.

Estamos falando do Parque Florestal Olímpico, um refúgio verde ao qual se chega em meia hora de automóvel, saindo da parte norte do segundo anel viário.

A construção deste parque florestal de 680 hectares começou em 30 de junho de 2005. Em sua porção norte, encontram-se as instalações para as provas olímpicas. Os dois campos de hóquei ocupam quase dois hectares e têm assentos para 17 mil espectadores. O campo de arco-e-flecha tem uma área de mais de nove hectares e capacidade para cinco mil espectadores. O centro de tênis, com dez quadras para competição e seis para treinos, tem 17.400 lugares. Depois das Olimpíadas, os campos de hóquei e arco-e-flecha serão transformados em prados. As instalações de tênis virarão um centro nacional de entretenimento, aberto ao público.

A base do projeto do Parque Florestal Olímpico foi a natureza. A todo tempo buscou-se harmonizar a paisagem urbana com o cenário das colinas e da água, a fim de oferecer aos cidadãos um bosque ecológico nascido na própria natureza e que chega a superá-la.

E, já que falamos da natureza, temos que mencionar o corredor ecológico que ligará as partes norte e sul, onde o quinto anel divide o parque passando pelo norte de Beijing. É um caminho semelhante a uma passarela, ao longo do qual crescem árvores, arbustos e outras plantas, e por onde passeiam livremente diversas espécies de animais. Por que foi construído este corredor ecológico? A resposta é simples: o quinto anel divide em dois não apenas o parque florestal, mas também seus ecossistemas. Além de proteger os animais e seu habitat, o corredor contribui para a preservação ecológica da capital. Além disso, com essa construção será prolongado o eixo central, que terminava no quinto anel, até fundi-lo com a natureza.

O corredor ecológico também servirá para reduzir o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente e fazer com que o Parque Florestal Olímpico fique mais natural. Os projetistas recorreram a vários meios para atingir estes objetivos. À noite, por exemplo, a iluminação do parque não incomoda os animais noturnos e facilita a observação dos planetas e das estrelas. Para diminuir os ruídos, os planejadores deram ao parque uma forma diferente, abriram um canal para o vento onde terminam os pântanos, plantaram bosques de bambu e pinheiros, entre outras medidas.

Na parte norte do parque, os trabalhos de reflorestamento já foram praticamente concluídos e no sul falta cerca de 20%, o que já permite ver os primeiros resultados deste ambicioso projeto ambiental, paisagístico e olímpico. Como a transformação de um parque artificial em um ecossistema estável é um processo demorado, a função ecológica do Parque Florestal Olímpico começará a ser notada gradualmente após as Olimpíadas. Concretamente, espera-se que a qualidade do ar de Beijing melhore e que o parque, transformado em um bosque entre a cidade e seus arredores, contribua para reduzir o efeito de ilha de calor urbano e seja o pulmão verde da capital.