A atual crise alimentar mundial constitui um desafio sério para a educação na África, avisou quarta-feira Koichiro Matsuura, diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, sigla em inglês).
Durante a oitava reunião bienal da Associação para o Desenvolvimento da Educação na África (ADEA), realizada em Maputo, Matsuura disse que as crianças precisam de uma alimentação adequada para poder estudar, informou a mídia local AIM.
Em toda a região da África subsahariana, as meninas são as primeiras a abandonar a escola porque suas famílias carecem de recursos para as manter na escola ou porque lhes pedem para ajudar em atividades produtivas para manter à família.
Matsuura enfatizou que os governos devem investir nesta área para abrir o caminho para outros objetivos sociais e econômicos.
Matsuura fez eco ao aviso feito na semana passada em Genebra por um porta-voz da ONU para a Infância (UNICEF em inglês), Veronique Taveau, que disse que o aumento nos preços dos alimentos poderia levar as famílias dos países pobres a deixarem de enviar seus filhos à escola.
"O aumento no preço dos alimentos obrigará às famílias a reduzir seus orçamentos, a reduzir o gasto para educação, a tirar seus filhos da escola e pô-los a trabalhar", indicou Matsuura.
Ante deste perigo, Matsuura exortou às nações africanas a manter seu compromisso de fomentar a educação e dedicar recursos suficientes aos orçamentos educativos.
Após reconhecer que muitos países africanos têm déficit orçamentários substanciais, Matsuura recomendou um maior compromisso para procurar associações específicas com organizações não-governamentais, instituições privadas e doadores estrangeiros para desenvolver a educação em todos os níveis.
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