O "Armazém Celestial" onde se guardavam as tabuletas comemorativas das divindades do Céu e dos ancestrais dos imperadores. Quando se celebravam os rituais, essas tabuletas eram colocadas no Altar Circular. Esta construção que vemos agora chama-se Huangqiongyu, Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial. Durante sua visita em 1992, o então chanceler britânico, Douglas Hurd, disse com humor: "Deus ´trabalha´ no Altar Circular e tem aqui o seu ´aposento´." É uma metáfora acertada.
Bem, agora vamos ver como é o local onde "vivem" o imperador celestial e os imortais e como é o seu "ambiente de vida cotidiana".
O Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial é uma construção com telhado único coberto por telhas esmaltadas de cor azul. Ele foi construído sobre uma base elíptica de mármore branco de pouco mais de 3 metros de altura. A abóbada do Pavilhão é sustentada por 16 colunas de madeira dispostas em dois círculos concêntricos, as 8 colunas do círculo interior, pintadas de vermelho e revestidas com finíssima camada de ouro, são ricamente ornamentadas.
Dentro do pavilhão há uma tribuna de pedra circular, sobre a qual está colocado um nicho onde se honra a tabuleta comemorativa do imperador celestial. Para vê-la, é preciso subir uma escada de pedra de 9 degraus e, depois, uma escada de madeira também de 9 degraus. Na véspera da cerimônia de oferenda, o imperador vinha aqui incensar o nicho e, no dia da cerimônia, ele fazia reverências diante da tabuleta do imperador celestial, ajoelhando-se 3 vezes e tocando o chão com a testa por 9 vezes. Segundo os cálculos, os imperadores das dinastias Ming e Qing se ajoelharam aqui mais de 1.400 vezes diante e tocaram mais de 4.200 vezes o chão com a cabeça. Assim, ser imperador era um trabalho muito cansativo, não é mesmo?
Nas plataformas de ambos os lados do Pavilhão estão homenageadas as tabuletas "acompanhantes" dos primeiros 8 imperadores da dinastia Qing, a saber, Nurhachi, Huangtaiji, Shunzhi, Kangxi, Yongzheng, Qianlong, Jiaqing e Daoguang.
Aos dois lados do Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial há duas salas onde se guardam as tabuletas "adicionais" das divindades celestiais do Sol, Lua, estrelas, constelações, nuvens, chuva, vento e trovão.
Isto é tudo sobre o Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial. Vamos conhecer agora o Muro do Eco, como é chamado o muro que cerca o Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial. Este muro, a Laje do Eco Triplo e a Pedra do Coração do Céu são as três estruturas acústicas no Parque do Templo do Céu. Vamos falar primeiro do Muro do Eco.
Este muro foi construído com tijolos de fina confecção, produzidos na atual província de Shandong, norte da China. São tijolos tão primorosos que "ressoam ao serem tocados e não se vêem buracos no corte ao ser quebrados". Estão unidos com perfeição, deixando a superfície do muro muito lisa. O muro tem forma circular e sua parte superior é coberta de telhas esmaltadas de cor azul. As ondas sonoras se transmitem pela parede lisa do muro com perda mínima. Quando duas pessoas, posicionadas atrás das salas leste e oeste falam rente à parede, podem ouvir claramente a voz um do outro, como se estivessem falando ao telefone, apesar de estarem separadas pelas duas salas, a uma distância de mais de 60 metros.
Depois de conhecer o Muro do Eco, vamos falar da Laje do Eco Triplo. Em frente ao Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial, a terceira laje contada a partir do início do caminho que conduz ao pavilhão, é conhecida como Laje do Eco Triplo. Se você dá uma palmada sobre esta laje, poderá ouvir 3 ecos bem claros.
Por quê isso acontece? De fato, esta laje se localiza no centro do círculo delimitado pelo Muro do Eco. Quando uma pessoa dá uma palmada, o som é refletido no Pavilhão da Abóbada Celeste Imperial, nas duas salas laterais e no Muro do Eco, produzindo o efeito de eco triplo. No entanto, como nossos ancestrais não conheciam a teoria acústica, eles consideravam o fenômeno um mistério, dizendo que "os sussurros casuais entre os seres humanos soam como trovões aos ouvidos do imperador celestial", quer dizer, o imperador celestial era capaz de ouvir todos os assuntos do mundo humano.
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