Também foram achados um fragmento de um osso maxilar inferior, um incisivo, e mais de 230 peças de ferramentas de pedra, o que comprova que o chamado Homem de Wushan viveu mais de 300 mil anos antes do Homem de Yuanmou, descoberto na província de Yunnan, sudoeste do país, na década de 60, e que até agora é reconhecido como a espécie humana mais antiga da China.

Uma equipe de especialistas liderada por Huang Wanbo, professor do Instituto de Paleontologia e Paleantropologia Vertebradas, vinculado à Academia de Ciências da China, chegou a essa conclusão depois de mais de duas décadas de escavação no local conhecido como Longgupo, no distrito de Wushan, município de Chongqing.

"É um descobrimento excitante, porque pode escrever de novo a história da China", disse Huang.

O especialista disse que sua equipe desenterrou os fósseis humanos durante sua primeira escavação, entre 1985 e 1988. No mesmo intervalo estratigráfico, eles também descobriram fósseis de 120 espécies de vertebrados, entre os quais 116 mamíferos, e um grande número de artefatos de pedra.

"Diversas técnicas de cálculo corroboraram que a capa geológica que continha os fósseis do Homem de Wushan tem entre 2 e 2,04 milhões de anos de história, mas pensamos que necessitamos mais evidencias", disse Huang.

A equipe realizou outras duas escavações em Longgupo entre 1997 e 1999, e entre 2003 e 2006, com a colaboração de colegas do Reino Unido, Canadá e França.

Nestas duas operações, encontraram mais ferramentas de pedra e fósseis animais que datam 2 milhões de anos atrás no mesmo intervalo estratográfico, em que foram descobertos os fósseis do Homem de Wushan, e também nas capas superiores.

Localizado na Montanha Wushan, Longgupo é considerado um dos locais melhor preservados do Paleolítico na China, e inclusive na Ásia, com uma grande riqueza de relíquias culturais primitivas.