Porta Sul do Altar Circular
O Altar Circular tem dois muros. O muro exterior tem o formato quadrangular e o muro interior é circular, refletindo o conceito tradicional de que o Céu é redondo e a Terra é quadrada. Os muros têm apenas cerca de um metro de altura, isso porque seus construtores queriam fazer um contraste com a altura do Altar, onde o imperador tinha a sensação de conversar com o Céu.
O Altar tem acessos pelos quatro pontos cardeais, no total, 24 portões distribuídos em 8 conjuntos nos muros interior e exterior. Cada conjunto de portões tem um portão central mais largo e portões laterais menores com medidas idênticas entre si. Mas, repare bem a entrada do sul. O portão à esquerda é 20 centímetros mais largo do que o que fica à direta. Será uma falha? Não. As medidas cumprem uma exigência do rigoroso sistema de hierarquia.
Segundo o sistema feudal, o portão central era exclusivo do imperador celestial, por isso era o mais largo. O imperador, filho do Céu, entrava e saía pelo portão à esquerda e os mandarins que o acompanhavam só podiam entrar e sair pelo portão à direita, que é o menor.
Forno de Lenha e Fornos de Ferro
Dando as costas para a entrada sul do Altar Circular, um grande forno redondo construído com telhas esmaltadas de cor verde. O forno tem escadarias nas direções leste, oeste e sul e uma boca ao norte para colocar a lenha. Aqui eram queimadas as oferendas ao imperador celestial durante grandes cerimônias.
Na antiguidade, a população considerava que o imperador celestial morava no Céu, os objetos oferecidos a ele eram incinerados no forno, a fumaça subia ao céu e chegava a ele. Ao sentir o perfume das oferendas, o imperador celestial descia ao Altar para um intercâmbio com o soberano dos seres humanos. Por essa razão, o primeiro item na agenda das grandes cerimônias era a recepção do imperador celestial.
No início da cerimônia em homenagem ao Céu, um bezerro bem lavado era colocado no forno e incinerado com lenha e folhas de juncal, sinalizando a recepção do imperador celestial. No término da cerimônia, todas as oferendas colocadas no Altar eram incineradas neste forno, enquanto o imperador ficava de pé ao lado do forno demonstrando profundo respeito.
Observe agora o enorme prato feito com ladrilhos esmaltados que fica ao lado do forno. No meio dele, há um tanque redondo, onde eram enterrados os couros e carnes dos sacrifícios.
Ao lado do Forno de Lenha e do enorme prato, encontra-se uma fileira de oito fornos de ferro. Somando a este número os que estão nas entradas leste e oeste, há no total 12 fornos de ferro. Os oito fornos de ferro aqui se destinavam especialmente para a queima das oferendas aos primeiros oito imperadores da dinastia Qing, desde Nurhachi até Daoguang, e outros 4 fornos eram destinados à queima das oferendas às divindades celestiais como o Sol, a Lua, as estrelas e constelações, as nuvens, a chuva, o vento e o trovão.
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