Caro ouvinte. Você está ouvindo a primeira reportagem do programa especial "65 anos da CRI".
O dia três de dezembro marca o 65º aniversário da Rádio Internacional da China (CRI, na sigla em inglês). Naquele dia, a primeira onda de transmissão partiu da cidade de de Yan´an, no Noroeste da China. Passo a passo, os programas passaram a ser transmitidos em diferentes idiomas, enquanto a rádio ia acumulando seus amigos. Tudo isso foi ampliado pelos avanços na área de informática e os intercâmbios de recursos humanos, além da promoção do desenvolvimento científico e tecnológico. O mais importante, contudo, é poder servir bem a vocês, nossos velhos amigos.
No programa de hoje vamos compartilhar com você um pouco da história da CRI.
No início da década de 40 do século passado, a China estava enfrentando a invasão japonesa. A guerra de resistência, liderada pelo Partido Comunista da China (PCCh), desempenhava seu importante papel na Segunda Guerra Mundial. Para que o mundo soubesse mais sobre o movimento de resistência à invasão japonesa, o PCCh decidiu criar uma rádio que transmitisse o que ocorria no país em diversos idiomas.
Com a Marcha da Vitória ao fundo começamos a transmitir programas no idioma Japonês, especialmente voltado aos militares japoneses estacionados na China. Hara Kiyoshi, uma de nossas primeiras radialistas, apesar de japonsesa, se opunha ferrenhamente à guerra.

Os programas duravam apenas 15 minutos. Lu Rufu, um dos profissionais encarregados da formatação da programação, afirmou que a voz de Hara Kiyoshi se tornou um importante instrumento da guerra de resistência. Ele assinalou:

"Naquele momento, ela usava sua voz para contar a verdade sobre a guerra com os japoneses. Suas transmissões influenciaram os inimigos. Muitos especialistas japoneses também militaram durante a guerra. Meu professor, Mishiyuki Ogi, era um militante japonês e dedicou-se à radiodifusão ao Japão".
Apesar da vitória em 1945, os chineses não conquistaram a paz. A China, dirigida pelo Partido Guomintang, enfrentou a corrupção e a inflação. Enquanto isso, o PCCh seguia conquistando o apoio de todos os círculos sociais chineses. Naquele momento, os Estados Unidos decidiram apoiar o Partido Guomintang.
A verdade deve ser dita! Isso levou a CRI a inaugurar suas transmissões em inglês a partir de numa aldeia na província de Hebei.
Wei Lin, 82 anos, era uma estudante e sempre estava postada à frente do microfone da CRI.

"O estúdio eram muito simples. Sequer tinha uma porta. Não tínhamos gravador. Para poder transmitir nossos programas musicais, por exemplo, tínhamos que convidar os cantores em frente de microfone."
Com o aumento da potência de nossas transmissões, a voz da Wei começou a atingir o Sul e o Sudeste da Ásia. Às vezes, com um bom tempo, a programação podia ser ouvida na Europa e nos Estados Unidos da América.
O progresso tecnológico permitiu o segundo passo da CRI.
Em Primeiro de Outubro de 1949, a CRI transmitiu ao vivo o nascimento da República Popular da China.
O sucesso da política externa da Nova China promoveu a expansão da CRI. Com o aumento do número de idiomas, as ondas começaram a atravessar rapidamente o mundo e a apresentar as mudanças política, econômica e social na China.
Vários imigrantes decidiram retorna ao país depois de ouviram a transmissão da fundação da Nova China. Wang Shanzhong é um deles.
"Eu não podia errar. As transmissões ocorriam ao vivo para a Birmânia. Então, antes de entrar no estúdio, decorava todos os textos", lembra o velho e querido radialista.
Apesar dos limites de recursos humanos, infra-estruturais e tecnológicos, os membros da CRI amavam seu trabalho. O repórter Xi Shengmao, 76 anos, recordou:
"Quando comecei a trabalhar na CRI, na década de 50 do século passado, todos os serviços estrangeiros usavam alternadamente um estúdio muito simples. Quando faltava eletricidade, usávamos as velas".
A persistência marcou os trabalhos da CRI nas décadas de 50 e 60 do século passado.
"Em 1965, a CRI havia elevado o tempo de transmissão e o número de serviços estrangeiros. Nos meados da década de 70, a CRI transmitia em 43 idiomas, passando a ser considerada como um importante elo entre a China e o exterior.
No final da década de 70 do século passado, a CRI caminhou junto com o processo de abertura e reforma econômica. A revista "Radio-Kurier" classificou os programas em Alemão como "uma brisa procedente da remota China" e a CRI como uma "rádio apaixonada pelas pessoas". O Clube de Rádio dos Estados Unidos considerou a CRI como a "maior rádio do mundo".

A CRI também começou a fincar raízes em outros países. Para tanto, enviou dezenas de correspondentes ao exterior. Wang Zuozhou, redator da CRI, 70 anos, integrou o primeiro grupo de correspondentes estrangeiros da CRI.
"Enfrentamos várias dificuldades. Mas, os importantes temas internacionais foram imediatamente transmitidos. Por exemplo, transmitimos a notícia sobre a assinatura do acordo de paz do Afeganistão, em Genebra, depois de apenas 20 minutos".
Liu Suyun foi correspondente da CRI em Jerusalém. Ela cobriu os conflitos entre palestinos e israelenses.
"Em outubro de 2000, explodiu uma nova onda de conflitos entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Um palestino morreu em minha frente. Senti a morte próxima de mim".
A CRI possui 29 correspondentes internacionais em todo o mundo.
Transmitimos diariamente 1.100 horas de programas em 43 idiomas, a terceira do ranking mundial.
Em 2006, a CRI participou da "Viagem amistosa entre China e Rússia" que despertou a atenção dos dois países. A delegação conjunta de entrevista patrocinada pela CRI e pela Agência russa Itar-Tass partiu da Praça de Tian´anmen, concluindo sua viagem de um mês em Moscou. O chanceler russo, Sergey Lavrov, elogiou a iniciativa.
"Mais de 40 repórteres chineses visitaram 18 cidades russas durante mais de 40 dias. Acho que vários russos admiraram a experiência dos amigos chineses. Agradecemos todos os membros da delegação, especialmente a Rádio Internacional da China".

Antigamente, os ouvintes escutavam os nossos programas em ondas curtas. No dia 27 de fevereiro deste ano, a primeira rádio FM da CRI em Nairóbi, capital da Quênia, iniciou suas transmissões oficiais.
Isso concretizou um antigo sonho da CRI: o de se aproximar ainda mais de nossos ouvintes. No dia 19 de novembro, a segunda rádio FM da CRI no exterior começou a operar no Laos.
O presidente chinês, Hu Jintao, e seu homólogo do Laos, Choummaly Syasone, participaram da cerimônia. Hu cumprimentou o país anfitrião através da rádio FM da CRI. Ele disse:
"A China e o Laos são os dois países vizinhos, enquanto seus povos têm uma profunda amizade tradicional. A rádio FM da CRI no Laos aumentará a compreensão mútua e a amizade entre os dois povos. Viva amizade entre China e o Laos!"
A CRI também está modernizando o seu site. Basta acessar o www.cri.com.cn para ouvir os programas on-line. Além disso, você pode acessar as colunas de notícia, esporte e vida nos sites dos diferentes idiomas.
O diretor da CRI, Wang Gengnian, disse que a CRI, aos 65 anos, está se esforçando para melhorar a qualidade da prestação de serviços aos ouvintes.
"A CRI pretende ser moderna e combinar a radiodifusão, os sites na internet e a televisão, a fim de proporcionar informações aos ouvintes estrangeiros. Sendo uma janela de contato entre a China e o mundo, vamos ajudar os ouvintes a conhecerem a China e os chineses a conhecerem melhor o mundo."
Caro ouvinte. Assim tivemos a primeira reportagem do programa especial "Os 65 anos da CRI". Obrigada pela atenção dispensada e até a próxima!
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