A inauguração da Ferrovia Qinhai -Tibet continua repercutindo nacionalmente. À convite da direção da Companhia Ferroviária Qinhai- Tibet, os repórteres dos veículos de imprensa nacionais encarregados da difusão de informações ao exterior estão viajando pela ferrovia e conhecendo os bastidores de seu sistema operacional e de segmentos afins, como o turismo.
O enviado especial do Departamento de Português da Rádio Internacional da China (CRIPOR), Li Jing, está entre os jornalistas convidados. Acompanhe a partir de hoje a sua série de reportagens especiais sobre a Qinhai -Tibet.
Forte demanda
A Ferrovia Qinghai-Tibet é um marco histórico da China. Um antigo sonho, vislumbrado na primeira década do século XX por Sun Yat-sen, o pai da república chinesa, que começou a se materializar nos anos 50 do século passado, e definida como uma das cinco metas infra-estruturais do X Plano Qüinqüenal (2000-2005). Seu objetivo é interligar a Região Autônoma do Tibet aos principais centros econômicos, industriais e políticos do país. Para tanto, foram assentados mais de 1.900 km de trilhos entre Xining, a capital do Qinhai, e Lhasa, a Capital do Tibet.
Xining é a primeira escala da maioria dos turistas que optam por esta intrigante viagem. Hotéis lotados, turistas vagando pelas ruas e um intenso vai- e- vem na estação ferroviária. O movimento se justifica. A cidade é o nó ferroviário que interliga Lhasa a Beijing e a Chengdu.
De acordo com Zhang Xiqing, gerente de operações da Companhia Ferroviária Qinhai - Tibet, a ferrovia transportou mais de 140 mil passageiros desde que foi inaugurada em primeiro de julho. O índice médio de ocupação das composições é de 97%, diz Zhang.
Durante a palestra que concedeu aos repórteres, Zhang frisou a questão da proteção ambiental. Seus trilhos cortam cinco reservas naturais e uma área de proteção ambiental especial. Conforme o gerente, os funcionários foram especialmente treinados para preservar as condições locais. Além disso, os hábitos dos antílopes tibetanos, espécie em risco de extinção, foram minuciosamente estudados por ambientalistas, que demarcaram as passagens ao longo das ferrovias para o seu ciclo migratório.
O tratamento de lixo também foi abordado por Zhang. A ferrovia dispõe de duas estações de tratamento: Lhasa e Golmud. "A reciclagem ocorre a cada cinco dias", revela o gerente.
Serviços especiais aos turistas
Os atendentes de bordo das composições se comunicam com os passageiros em três idiomas: mandarim, tibetano e inglês. O serviço é dedicado a manter os passageiros informados sobre as paisagens, curiosidades e questões ambientais ao longo do trajeto. Ao mesmo tempo, os atendentes não perdem de vista a questão dos efeitos colaterais provocados pelo ar rarefeito em altas altitudes.
- Eles são preparados para fornecerem orientações básicas e atenderem casos de emergência, frisa Zhang, ao adiantar que os serviços de saúde a bordo não atenderam nenhum caso até o momento.
O design dos restaurantes, vagões e a iluminação é tibetano. Os garçons e barman atendem os passageiros em trajes típicos, incluindo o hada (fita branca). Além disso, a culinária tibetana ocupa o topo da lista do cardápio especialmente preparado pelos chefes do restaurante.
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