O trauma que a Itália acumulava em disputa de pênaltis foi decisivo para que a equipe decidisse encostar, por algum tempo, a sua cautela habitual e tentar a vitória na prorrogação com um esquema altamente ofensivo que a premiou com uma vitória por 2 a 0, a eliminação da anfitriã Alemanha e a classificação para a sua sexta final da Copa do Mundo de 2006. O adversário sai nesta quarta-feira, no confronto entre França e Portugal.
Com um currículo recheado de sucessos em prorrogações e derrotas traumatizantes nas penalidades, a tricampeã Itália impôs aos alemães uma dolorida derrota e impediu que o país conquistasse o seu primeiro título após a reunificação das faces Ocidental e Oriental da Alemanha, oficializada em outubro de 1990, poucos meses após o título conquistado na Itália.
A derrota, aliás, aumentou o jejum de vitórias da Alemanha contra equipes campeãs mundiais. Desde 2001, a 'Mannschaft', como é conhecida a seleção alemã, já soma 14 jogos sem passar por um vencedor de Copa do Mundo. A equipe agora vai disputar o terceiro lugar.
Antes do confronto em Dortmund, a Itália se gabava de seu retrospecto altamente favorável contra a Alemanha em jogos oficiais. Em quatro jogos de Copas do Mundo, os italianos já haviam vencido duas vezes, sendo um épico nas semifinais de 1970 e a final de 1982. Já na Eurocopa, dois empates.
A coragem demonstrada pela Itália, principalmente a partir da prorrogação, contrastou com o clima que envolveu grande parte do elenco antes da partida. Nesta terça, o promotor que investiga a manipulação de resultados do Campeonato Italiano pediu rebaixamento a Juventus, Milan, Lazio e Fiorentina, clubes que contam com 13 jogadores que disputam a Copa da Alemanha.
O empate no tempo normal deixou claro o que Alemanha e Itália tinham como objetivo a partir dali. Com um histórico de quatro vitórias em prorrogações e três derrotas em disputas de pênaltis, a equipe de Marcello Lippi partiu para o ataque com a entrada de um atacante e um meia ofensivo e botou duas bolas na trave.
Já a Alemanha, que acumulava três derrotas em tempos extras e, por outro lado, quatro triunfos nas penalidades, cozinhava o jogo e atacava com menos risco, mesmo que impondo intensidade.
"Teria sido uma justiça se não tivéssemos vencido e seria um risco se o jogo terminasse nos pênaltis. Jogamos bem e merecemos", dizia Marcello Lippi após a partida
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