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(GMT+08:00) 2006-07-03 08:58:01    
Zidane faz o Brasil chorar mais uma vez

cri

Zidane estava em dia de Zidane. E um dos últimos moicanos do futebol criativo e imprevisível bateu o Brasil "de resultados" de Parreira, cujo lema era "show é ganhar". O camisa 10 francês desequilibrou, levou a França à vitória de 1 a 0 neste sábado, em Frankfurt, e consolidou seu papel de um dos maiores carrascos do futebol brasileiro, ao lado do uruguaio Ghiggia, autor do gol que derrotou o Brasil no Maracanã na Copa de 1950.

O grande craque francês foi eleito o melhor em campo pela Fifa. Além de eliminar o Brasil do "quadrado mágico" nas quartas-de-final da atual Copa, Zidane já havia aniquilado a seleção verde-amarela na final da Copa de 1998, com dois gols de cabeça.

A França também amplia uma superioridade que outras grandes seleções não têm em relação ao Brasil: agora são três triunfos em jogos decisivos (quartas em 1986, final em 1998, quartas em 2006) contra um único do Brasil (semifinal em 1958).

O gol saiu aos 12min do 2º tempo, com Zidane cobrando uma falta da esquerda e Henry aparecendo livre para desviar para o gol.

O lance insólito no momento do cruzamento: Roberto Carlos, que deveria estar acompanhando Henry, ficou parado na entrada da área arrumando uma de suas meias. Quando foi saber o que estava acontecendo, os franceses já comemoravam.

Nas semifinais, a França enfrenta Portugal na quarta-feira, às 16h (horário de Brasília), em Munique. Quem vencer, decidirá o título no domingo, dia 9, em Berlim, contra o vencedor de Alemanha x Itália (que acontecerá na terça-feira).

"Nós precisávamos de um grande jogo e merecemos tudo isso. Nós sabíamos que tínhamos de ser fortes fisicamente e assim fomos", comentou Zidane após a vitória sobre os pentacampeões. "Lutamos muito e merecemos a vitória. Agora, tentaremos um lugar na final. Não queremos parar. Isso tudo é muito bonito e queremos ir além".

O Brasil deu seu primeiro chute a gol digno do nome aos 39min do 2º tempo, numa tentativa de Ronaldo, que mais uma vez acabou derrotado pela França do amigo Zidane.

Até então, todos os esboços de ataque brasileiros foram de uma desorganização que não ofereceu perigo maior para o goleiro Barthez. No desespero, ainda tentou o empate até o apito final. A melhor chance foi num chute de Ronaldo que Barthez rebateu aos 45min.

A tentativa do hexa fica para 2010, na África do Sul, com uma nova geração em algumas posições fundamentais. A seleção brasileira volta para casa. Ou seja, cada jogador vai para sua casa no país em que joga. Para o Brasil, só voltam mesmo os são-paulinos Rogério Ceni e Mineiro, e o corintiano Ricardinho, todos reservas.

O técnico Carlos Alberto Parreira compareceu à entrevista coletiva e admitiu falhas que acarretaram na eliminação.

"Faltou mais preparação na parte física e mais entrosamento", disse Parreira, que não quis antecipar se continuará no comando da seleção ou se deixará o cargo. "Não estou pensando nisso. Só vou resolver quando voltar ao Brasil".

Os jogadores só começaram a falar uma hora após a partida, sendo bem lacônicos em suas delarações. Ronaldo foi o primeiro a aparecer.

"Não faltou atitude. Estou orgulhoso do nosso esforço. Mas estamos muito tristes com a derrota", falou Ronaldo, em breve entrevista. Já Dida bateu na surrada tecla do adversário retrancado, "com nove atrás", como se a França não tivesse dominado as ações e feito as jogadas mais objetivas