Aconteceu na manhã deste sábado (1) a solene cerimônia de inauguração da ferrovia Qinhai - Tibet, a primeira a cruzar o planalto do Qinghai -Tibet e a interligar a região aos principais centros econômicos e políticos da China. No programa especial de hoje, vamos falar um pouco sobre o evento e os esforços para se assentar os trilhos no Teto do Mundo.

Vamos ouvir a reportagem especial de nosso enviado especial Chen Meng, direto do local da cerimônia.

Chen disse: "A primeira viagem do trecho Golmud-Lhasa, a capital da Região Autônoma do Tibet, começou hoje manhã. Cerca de 600 passageiros- todos sorteados -estavam a bordo do primeiro trem a cortar o planalto Qinhai-Tibet. Coube ao presidente chinês, Hu Jintao, juntamente com milhares de pessoas que participaram do evento, a honra de cortar a fita de inauguração".

Durante o ato, Hu qualificou a construção da Ferrovia Qinghai-Tibet como um grande milagre da história do sistema de transportes ferroviário mundial. Ele afirmou durante o seu discurso:

"A construção da Ferrovia Qinghai-Tibet é fruto de um sonho de várias gerações de chineses. A construção dessa ferrovia não é apenas uma prova do poderio econômico nacional, mas a superação de desafio de toda a humanidade. Hoje, o sonho se transformou em realidade. O sucesso do empreendimento se constitui num grande acontecimento da história do transporte ferroviário nacional e mundial".

B. Caro ouvinte. A ferrovia Qinghai-Tibet começa em Xining, capital da província de Qinghai, e termina em Lhasa, capital do Tibet. Seus trilhos foram assentados a uma altitude média de 4.000 metros de altura, ao longo de seus 1.956 quilômetros de extensão.

Yang Zengsen, um dos primeiros felizardos a realizar a viagem, nos contou emocionado:

"Agora, a viagem é mais fácil. Posso visitar Tibet, Lhasa, quero conhecer tudo do Tibet."

Depois de acompanharmos o evento inaugural em Golmud, vamos ouvir o que disse o nosso repórter Gong Wanpeng, direto da estação ferroviária de Lhasa.

Gong disse: "Os arredores da Estação Ferroviária de Lhasa estavam tomados pelos tibetanos. Trajados para o merecido dia de festa, eles cantaram e dançaram para comemorar a viagem inaugurou do trecho Lhasa- Golmud. Todos os presentes frisaram que a entrada em operação da ferrovia Qinghai-Tibet acelerará o desenvolvimento econômico regional e elevará a qualidade de vida da população local.. Zhaxi, 26 anos, nos contou que ele queria viajar de trem por todo o país".

"Estou muito feliz. Queria visitar o país, mas não tinha condições. Agora, eu posso ir a Shanghai, Beijing para conhecer o resto do mundo".

A. Silvia, antes de nos aprofundarmos na Ferrovia Qinghai-Tibet, vamos falar um pouco mais sobre a história da Região Autônoma do Tibet.

O Tibet é misterioso para todos. Apesar de sua vastidão territorial e da beleza de suas paisagens, o nível de desenvolvimento econômico e social observado na região é menor em comparação com o registrado em outras localidades chinesas. O "atraso" se justifica. O acesso dos sistemas de transportes era obstruído pelas barreiras naturais. Por isso, os tibetanos viviam praticamente isolados do mundo. Até a criação da República Popular da China (1949), a região era servida apenas por uma precária rodovia.

A. Com a rápida expansão da economia nacional, o Tibet tornou-se o foco das discussões no seio do governo central. O sistema de transporte é vital para se desenvolver qualquer economia. Por isso, as autoridades chinesas começaram a conceber a ferrovia nos anos 50 do século passado. Depois disso, os trechos foram detalhados passo a passo. Porém, a engenharia não oferecia ainda a tecnologia necessária para superar algumas adversidades naturais.

B. Vamos deixar um pouco mais claro o feito dos empreendedores: A ferrovia Qinghai-Tibet mede 1.956 quilômetros. A segunda fase entre Golmud e Lhasa mede 1.150 quilômetros e atravessa as cordilheiras mais altas do mundo. A Estação Ferroviária da Montanha Tanggula, por exemplo, se situa a 5.068 metros de altitude.

Podemos imaginar algumas das dificuldades encontradas durante sua fase de construção nesta altitude. Além disso, seus trilhos foram assentados sobre mais de 550 quilômetros de solos eternamente congelados. Um autêntico quebra-cabeças, portanto. um dos engenheiros da obra, nos contou:

"No verão, as temperaturas do Tibet são muito altas. Tivemos que assentar um colchão de pedras para evitar o descongelamento do solo e garantir a integridade da estrutura dos trilhos".

O ar também é muito mais rarefeito em grandes altitudes. Os operários trabalhavam portando tubos de oxigênio para diminuir seus efeitos. Apesar das adversidades, os empreiteiros garantem que fizeram de tudo para proteger o meio ambiente do Tibet, especialmente na área de proteção ambiental de Hoh Xil, região que acolhe os antílopes.

O funcionário encarregado de proteção de biodiversidade local, o tibetano Wenga, nos contou:

"Informamos os trechos utilizados pelos antílopes aos empreiteiros, a fim de que os preservassem para os animais. Às vezes, chegamos a paralisar as obras para aguardar suas travessias".

A proteção do meio ambiente foi também muito considerada durante toda a construção. Como por todos é sabido, o Tibet, no Topo do Mundo, é isento de poluição. E ninguém quer que a construção da Ferrovia Qinghai-Tibet gere negativos impactos ambientais à região. Os operários prestaram muita atenção no tratamento e reciclagem do entulho e dos lixos provocados pela obra, fazendo todo o possível para proteger sua característica original. Os investimentos na proteção ambiental ao longo da ferrovia totalizaram cerca de 1,4 bilhão de yuans.

Vamos falar mais sobre a Ferrovia Qinghai-Tibet. A ferrovia permitirá u fluxo diário de quatro composições para o Tibet. Cada qual poderá transportar cerca de 1.000 passageiros, quer dizer, cerca de 4000 pessoas por dia, das quais, 3.000 turistas. Acrescentando os passageiros que optam pelo transporte aéreo, o Tibet receberá quase 5.000 turistas diariamente, alavancando assim o seu setor de serviços. O Departamento de Turismo do Tibet vai adotar medidas para proteger o meio ambiente, bem como seus recantos históricos e culturais.

A Ferrovia Qinghai-Tibet também vai abrir novas oportunidades econômicas aos tibetanos. O tibetano Duojiewangzha, agricultor de ovelhas, nos disse o seguinte:

"Com a cheda da ferrovia, poderia comercializar peles em Golmud e, na contramão, trazer artigos do uso diário para Lhasa".

A este respeito, o presidente chinês Hu Jintao disse o seguinte na cerimônia inaugural de hoje:

"A inauguração da Ferrovia Qinghai-Tibet reveste-se de grande significado para o desenvolvimento sócio-econômico da província de Qinghai e da Região Autônoma do Tibet e para a união e a defesa nacional. Deve-se aproveitar a oportunidade para transformar o Tibet numa região com grande desenvolvimento econômico, com harmonia social e com bela paisagem".

De fato, a ferrovia vai levar o progresso aos habitantes da região. Sua inauguração transformou um antigo sonho nacional em realidade. As palavras do Buda Vivo Nieda expressam o estado de felicidade de todos por motivo de sua inauguração.

"Como se fosse um dragão dourado e feliz, a Ferrovia Qinghai-Tibet trará a felicidade e bens materiais ao povo. Eu desejo que o povo tibetano e os povos de outras nacionalidades compartilhem esta via férrea, que seus passageiros e tripulantes sejam felizes e bem sucedidos e que todos encontrem o que querem".

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