Segundo a imprensa de Macau informou, o ministro português dos Negócios Estrangeiros sublinhou dia 22 o empenho do Governo de Lisboa em reforçar os laços de amizade e as relações políticas, económicas e culturais com Macau
"É sempre muito importante e muito especial receber em Portugal o máximo representante de Macau, um território onde estivemos durante tantos anos e onde temos parte de nosso coração e a intenção de intensificar as relações políticas, económicas e culturais", frisou Freitas do Amaral, na conferência de imprensa realizada após um encontro de cerca de uma hora com o Chefe do Executivo da RAEM.
Atento ao desenvolvimento registado pelo território no período subsequente à transferência de soberania, o chefe da diplomacia portuguesa salientou designadamente que o Governo português encara cada vez mais Macau como uma plataforma que Portugal e outros países europeus podem utilizar para introduzirem produtos, serviços e tecnologias nos mercados da China e de todas as regiões do continente asiático.
Reforçando a vontade de Portugal em manter contactos regulares com Macau e estreitar laços seculares, o ministro dos Negócios Estrangeiros - que fez questão de cumprimentar pessoalmente todos os elementos da delegação de Macau, jornalistas incluídos - destacou ainda a importância que envolve o desenvolvimento de relações entre países e territórios que, embora possuam culturas distintas, têm "a mesma humanidade".
Por sua vez, Edmund Ho mostrou-se grato pela hospitalidade portuguesa, mas sobretudo "muito impressionado com o compromisso do Governo de Portugal em manter uma relação muito especial com Macau".
Neste contexto, o Chefe do Executivo disse estar "muito optimista" quanto ao futuro das relações bilaterais e manifestou-se particularmente agradado por verificar que existe "total acordo" entre os dois Governos sobre o papel estratégico que Macau pretende continuar a desenvolver enquanto plataforma de ligação entre interesses económicos da China Continental, de Portugal e várias nações da Europa.
As relações estabelecidas na esfera do Forum para a Cooperação Económica e Comercial entre a República Popular da China e os Países de Língua Portuguesa também mereceram uma referência de Edmund Ho que, além de agradecer o "grande apoio" prestado pelo Governo português a esta iniciativa, sustentou que a segunda conferência ministerial agendada para Setembro próximo, na RAEM, reúne condições para vir a ser "um sucesso".
A deslocação de Edmund Ho ao Palácio das Necessidades ficou também assinalada pela assinatura de um acordo entre a República Portuguesa e a Administração de Macau que visa atribuir à Delegação Económica e Comercial da RAEM em Portugal privilégios que são típicos das representações consulares. O protocolo prevê, entre outros aspectos, um conjunto de benefícios fiscais, aduaneiros e relativos à aquisição de património, segundo explicou aos jornalistas Carlos Janela, sub-director dos Serviços de Finanças de Macau. Numa abordagem mais ligeira, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, salientou ainda que o acordo permite estabelecer um ponto de equilíbrio em termos de benefícios concedidos à Delegação Económica e Comercial de Macau que, sem ser uma embaixada, também não é "um clube privado".
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