Shaanxi, província localizada no Noroeste da China, preserva antigas ruínas e estilos arquitetônicos. Ao longo de três mil anos, suas cidades foram as capitais de 12 dinastias feudais chinesas. No programa de hoje, vamos dar um passeio pelo templo Famen, o mais renomado da China, para desvendar sua história.
O templo Famen fica a 100 quilômetros da cidade de Xi'an, capital da Província de Shaanxi. Ele pertence administrativamente à cidade de Baoji. O templo ocupa aproximadamente sete hectares e possui 24 cômodos. Sua construção foi iniciada há 1.700 anos, logo depois da chegada do budismo à China, no século IV. Diz-se que depois do nirvana do Sakyamuni, cerca de 84 mil fragmentos de seus restos mortais foram distribuídos para os templos budistas espalhados em todo o mundo, inclusive o templo Famen. Na China, 19 templos conservam alguns desses sagrados fragmentos.
A torre octogonal de 13 andares que preserva os restos mortais do Sakyamuni desabou em 1981, em virtude da falta de manutenção. Em 1987, quando o governo chinês decidiu desmantelar a torre e construir uma nova sede, encontrou, por acaso, um palácio subterrâneo de mil anos. Nele, foram descobertas mais de duas mil peças de alto valor histórico. O palácio que mede 30 metros quadrados é o maior entre os outros descobertos debaixo da torre budista até hoje. Entre os objetos desenterrados, merece o destaque os ossos de um dedo de Sakyamuni, o único existente no mundo. O evento despertou tanta atenção que foi considerado uma das mais importantes descobertas do século XX da China.
Por que o palácio conserva tantos tesouros? Segundo o prefeito da cidade de Baoji, Yao Yinliang, há 1.300 anos, o templo Famen pertencia à família imperial da dinastia Tang. Os imperadores sempre pediram emprestados os fragmentos do Sakyamuni para serem homenageados na corte que se acreditava poder trazer boa sorte. Quando os devolveram, presentearam ao templo vários objetos preciosos, como peças de ouro, prata, recipientes de vidro, porcelana, pérolas e tecidos da seda a fim de permanecerem escondidos no palácio subterrâneo. O palácio foi gradualmente caindo no ostracismo até em 1987. Yao disse:
"A cultura budista do templo Famen é única na China. Realizamos anualmente várias atividades religiosas e atraímos milhares de visitantes. Agora, o templo virou um destino turístico imperdível aos budistas de todo o planeta".
Em 1988, após sua reconstrução, o templo Famen foi aberto novamente ao público. A torre, reconstruída com 47 metros de altura, ganhou escadas panorâmicas. Além disso, ganhou um museu em suas proximidades para expor os objetos da dinastia Tang. Os restos mortais preservados no templo foram emprestados por outros países como Tailândia, Coréia do Sul.
Segundo o prefeito, em abril de cada ano, se realiza no templo o Festival Internacional de Cultura e Turismo. Nesse período, os turistas podem ver os rituais budistas. Monika Westermann, turista alemã, está interessada no budismo. Ela diz-se muito impressionada com o Festival.
"É extraordinária. Fiquei encantada".
De acordo com estatísticas do departamento turístico local, o templo recebe anualmente mais de dez mil visitantes estrangeiros. Na sua maioria, são japoneses, coreanos e os dos outros países do Sudeste Asiático. O presidente cingalês, Ratnasiri Wickremanayake, visitou o templo em abril deste ano. O vice-secretário do governo estadual da Província de Shaanxi, Liang Heping, afirmou que o templo se tornará um dos mais famosos do mundo.
"Vamos juntar esforços para ampliar a influência do Festival. A combinação da cultura budista com o turismo será o novo ponto de crescimento econômico".
Caro ouvinte, a translação entre Xi'an e o templo Famen é bem barata, o ônibus custa 12 yuans. O ingresso para o templo é de 28 yuans e o museu, 32 yuans.
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