O reforço das relações comerciais entre Portugal e a RAEM é o principal objectivo de um protocolo que a Associação Comercial de Macau vai assinar com a comissão instaladora da Associação Económica e Empresarial Macaense de Portugal, durante a visita a Lisboa de Edmund Ho, apurou o JTM. Empresários macaenses das RAE's preparam-se também para aderir a um movimento associativo que deu os primeiros passos no Brasil
Os empresários macaenses radicados em Portugal continuam a trabalhar na constituição de uma estrutura associativa, mas já encontraram na Associação Comercial de Macau o seu primeiro parceiro institucional. O entendimento entre a instituição local e a comissão instaladora da Associação Económica e Empresarial Macaense de Portugal - designação que carece de confirmação definitiva, por estarem ainda em curso os respectivos trâmites legais e funcionais - passará para o papel já nos próximos dias, inserindo-se no âmbito da visita oficial a Lisboa do Chefe do Executivo, Edmund Ho.
A revelação foi feita ao JTM pelo presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses (CCM) e Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), José Manuel Rodrigues, para quem este protocolo de cooperação representará um valioso contributo para o desenvolvimento das relações comerciais entre Portugal e Macau, sem perder de vista os mercados da China Continental e dos países de língua portuguesa.
Sem adiantar grandes pormenores sobre o conteúdo do protocolo, o mesmo responsável sublinhou ainda que, uma vez solidificadas as bases de cooperação, as instituições signatárias pretendem constituir uma bolsa de contactos comerciais entre Portugal e Macau. Em termos práticos, o funcionamento deste mecanismo estará centralizado em Macau mas, segundo José Manuel Rodrigues, "tal não obsta a que no futuro possa ser criado um pólo em Lisboa".
O presidente do CCM falava ao JTM após uma visita de trabalho ao Club Lusitano de Hong Kong, durante a qual o movimento associativo dos empresários macaenses também foi tema de discussão. Durante o encontro de ontem, dirigentes da APIM, CCM e Club Lusitano de Hong Kong fizeram "uma primeira abordagem sobre a criação de uma associação de índole empresarial e comercial, que reúna empresários de Macau e Hong Kong", adiantou o mesmo responsável, sem esconder o seu optimismo quanto à viabilidade de um projecto que tem objectivos similares aos da instituição congénere sediada na capital portuguesa.
"Ainda há muitos passos por percorrer, mas vamos trabalhar por forma a tentar que essa associação seja materializada até Novembro", salientou José Manuel Rodrigues.
Estes novos desenvolvimentos enquadram-se no processo de constituição de associações empresariais macaenses, que já deu os primeiros frutos no Brasil (São Paulo) e Estados Unidos (Califórnia) mas promete estender-se a outras paragens, para além dos mencionados casos de Lisboa e Hong Kong. Neste aspecto, destacam-se as diligências que estão a ser promovidas pela comunidade macaense radicada no Canadá tendo em vista o lançamento de duas associações comerciais em Vancouver e uma em Toronto.
Em anteriores declarações ao JTM, José Manuel Rodrigues justificou este crescente interesse pela vertente comercial como sinal de "uma nova dinâmica" por parte da diáspora macaense, que tem consciência de que pode desempenhar um papel mais abrangente na divulgação de Macau no exterior.
"As associações vão passar a ter uma nova dinâmica económica e empresarial, deixando de estar apenas orientadas para os aspectos culturais e sociais", sublinhou o presidente do CCM, para acrescentar que, "aproveitando a força e a dinâmica das Casas, a imagem de Macau também será mais divulgada e conhecida no exterior".
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