Os desertos da China estão encolhendo cerca de 7,585 km2 anualmente, comparado com uma espansão anual de 10,400 km2 no final do último século, um oficial florestal disse na segunda-feira.
A diminuição mostrou que a desertificação, que começou na China no final dos anos 90, tem estado sob controle, segundo Zhu Lieke, vice-diretor da Administração Florestal do Estado.
No entanto, "o trabalho nesse sentido parece difícil", Zhu disse na Conferência Internacional de Mulheres e Desertificação de Beijing, que aconteceu na capital chinesa.
Sendo um dos países no mundo que mais sofre com problemas de desertificação, a China possui 2,64 milhões km2 de terra consumidas pela desertificação, o que soma 27,46% do seu território terrestre.
A desertificação causou perdas econômicas diretas de 54 bilhões de yuans (6,75 bilhões de dólares) por ano, e afetou a vida de cerca de 400 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.
Mais de 530 mil km2 de deserto são "controláveis, mas ainda intocáveis", Zhu disse, acrescentando que combates para resolver a questão foram dificultadas devido a escassez de fundos.
O governo chinês investe 2 bilhões de yuans (250 milhões de dólares) por ano contra a desertificação, mas é difícil atingir a meta, onde todas as partes do país desertificadas poderão ser restauradas por volta de 2005.
Isso custaria ao menos 238,5 bilhões de yuans (29,8 bilhões de dólares) para atingir o objetivo, conforme Zhu.
Ele avisou que atividades humanas que causam danos ao meio-ambiente, tais como desmatamento, ainda existentes, bem como o aquecimento global, também poderiam agravar a tendência.
O governo chinês precisaria conter a desertificação mudando a legislação, severamente punindo aqueles que estragam o meio-ambiente e fortalecendo cooperação internacional, Zhu disse.
"A China está mais atenta na questão da desertificação e a tem combatido. A Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD) continuará apoiando a China nesta difícil campanha"., disse o diretor executive da UNCCD, Hama Arba Diallo.
"Esperamos que mais países possam dividir a bem sucedida experiência da China", Diallo disse a Xinhua.
A Conferência Internacional da Mulher e Desertificação de Beijing foi co-patrocinada pela UNCCD e pelo governo da Algéria, Itália e China. O evento de quarto dias é a maior conferência da UN marcando o Ano Internacional de Desertos e Desertificação de 2006.
Mais de 150 chineses e representantes internacionais e especialistas nas áreas de desenvolvimento sustentável dividiram experiências e procuraram por caminhos de melhor habilitar a mulher para reagir com mais eficácia contra a degradação e pobreza rural.
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