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(GMT+08:00) 2006-05-17 09:29:39    
China começa a salvar manchu

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O manchu é a terceira maior etnia na China e possui uma população de 10 milhões. Porém, atualmente, menos de 100 pessoas falam manchu. Segundo os lingüistas, os intercâmbios em língua manchu serão extintos entre 5 e 10 anos, se não se adotarem claras medidas para salvá-la. Na província de Heilongjiang, nordeste da China, região onde ficam concentrados os habitantes do manchu, está em curso uma ação para salvar a língua manchu.

A aldeia de Sanjiazi do distrito de Fuyu da província de Heilongjiang é o único local que ainda conserva as tradições do manchu na íntegra. A aldeia possui mais de mil habitantes, 60% dos quais são do manchu. Todavia, apenas algumas dezenas falam manchu fluentemente, a maior parte dos quais são idosos.

Um diálogo em manchu entre Meng Shujing, aldeã de Sanjiazi e sua irmã. O neto de Meng, Shi Junguang, traduziu para nós:

"Minha avó perguntou o que temos para o jantar. A resposta é que comeremos arroz e vegetais."

Shi Junguang estudou o chinês-mandarim desde pequeno. Em 2000, depois de acabar os estudos na escola secundária, voltou à terra natal. Desde então, decidiu aprender o manchu com sua avó, a fim de preservar a língua. Shi disse:

"Se eu não aprender e contribuir para a preservação da nossa língua, ficaria muito triste. Todos os meus familiares são desta etnia. A consangüinidade me deu um sentimento de responsabilidade para conservar e desenvolver esta língua."

Quando se lembra da imagem quando o neto começou a aprender manchu seis anos atrás, Meng Shujing disse:

"Ele me disse: avó, me ensine o manchu porque somos do manchu. Não podemos abandonar a nossa língua. Por isso, ensinei o meu neto."

Desde então, Meng se tornou professora do manchu do neto que gravou sempre os diálogos entre eles. Nos últimos anos, ele gravou cinco fitas com muitas palavras, frases e expressões cotidianas.

Shi já gravou muitos dados e sistematizou os dados para futuras pesquisas. Embora ainda não possa falar fluentemente o manchu, já se tornou o que fala melhor manchu entre os jovens na aldeia.

Zhao Jinchu, vice-governador do distrito de Fuyu, considera que a aldeia de Sanjiazi tem uma posição muito importante na conservação da língua manchu. Ele disse:

"Podemos dizer que a língua manchu é fóssil vivo e esta aldeia é base de conservação deste fóssil. Porque descrevo esta língua como fóssil vivo? Quando os idosos desta aldeia morrerem, esta língua será extintas. Naquela altura, será muito difícil procurar ou explorar esta língua."

O manchu criou a última dinastia feudal da China ? Dinastia Qing, em que a língua manchu foi muito popular. Depois desta dinastia, o número de pessoas que falam e estudam o manchu vem caindo. Muitos arquivos, tratados e acordos antigos escritos em Manchu são difíceis ser traduzidos devido à falta de lingüistas. Quanto a isso, a diretora do Instituto do Manchu da Universidade de Heilongjiang, Zhao Aping, disse:

"Nos arquivos antigos em manchu, podemos encontrar muitos processos históricos e muitos dados preciosos que não podemos encontrar nos arquivos do chinês-mandarim, porque muitos dos importantes acordos ou tratados assinados com o exterior são escritos em manchu."

Zhao disse à nossa reportagem que a preservação do manchu tem um grande significado para as pesquisas históricas da China. A aldeia de Sanjiazi já se tornou a base de estudo e pesquisa da língua manchu. Nos últimos anos, muitos especialistas chineses e estrangeiros visitaram esta aldeia e acumularam conhecimentos sobre a língua com os idosos.

Em 2005, foi criada a primeira escola da língua manchu na aldeia. O vice-governador do distrito de Fuyu disse:

"Penso que a língua manchu pode ser consolidada depois do início das aulas de manchu e podemos formar alguns lingüistas"

Como esta escola ainda não tem professores em regime integral, Zhao, que domina o manchu, assumiu os trabalhos de edição de compêndios e ensino como professor interino. Os alunos são muito compenetrados. Uma criança do manchu disse:

"Quero aprender o manchu, porque pertenço a esta etnia. Se não estudar, a língua poderá ser extinta."

O Instituto do Manchu da Universidade de Heilongjiang criou os cursos de mestrado e licenciatura de língua e cultura manchu respectivamente em 2000 e 2005. Uma ação de salvação da língua manchu está sendo promovida.

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