O contraste do deserto do Gobi com a bela paisagem irrigada da bacia do Rio Amarelo e as suas relíquias culturais fazem da Região Autônoma Hui de Ningxia uma atração incomparável. A quarenta quilômetros a norte da capital, Yinchuan, no Gobi, encontra-se uma série de grandes montes de loess--- são os mausoléus imperiais dos Xia do Oeste, a que muitos turistas estrangeiros chamam as pirâmides da China. De acordo com os registros históricos, os dangut, um ramo das tribos nômades do norte chamadas qiang, tornaram-se prósperos e poderosos por volta de 1038, altura em que estabeleceram o Reino dos Xia do Oeste. Posteriormente, a área foi governada sucessivamente por doze imperadores entre 1038 e 1227.
Cobrindo uma área de quarenta quilômetros quadrados, os mausoléus incluem as tumbas de nove imperadores dos Xia do Oeste e 140 túmulos sacrificais. Devido à erosão as tumbas mais não são hoje do que ruínas, no entanto, a sua grandiosidade pode ainda ser percebida devido aos catafalcos de loess, torres e vários objetivos sacrificais. No Museu dos Túmulos Imperiais dos Xia do Oeste, pode se ter uma idéia exata da dimensão dos edifícios que em tempos ali existiram. Cada túmulo, ocupando uma área superior a cem mil metros quadrados, incluía portões, paredes interiores e exteriores, pavilhões de pedras tumulares, salas e cadafalsos. A arquitetura era influenciada pela das dinastias Tang e Song.
Nos anos setenta, os arqueólogos chineses escavaram algumas das tumbas. Apesar de terem sido saqueadas, muitas relíquias foram ainda assim ali descobertas, incluindo peças de ouro e prata, porcelana e cavalos, estrelas e cabeças humanas em pedra. Estas relíquias vieram contribuir significativamente para o estudo desta dinastia.
Quem quiser deslocar-se até à encosta duma montanha perto da margem este do Rio Amarelo, não dará por certo o seu tempo por perdido. O local é maravilhoso. Encontram-se ali 108 estupas, alinhadas em doze fileiras em forma de grande triângulo eqüilateral. Trata-se do maior grupo de estupas chinesas e não se sabe ao certo nem quando nem a razão por que foram construídas. Dizem algumas pessoas que no local houve em tempos uma renhida batalha e que as estupas lembram os generais que morreram na liça---108. Mas parece mais razoável que se acredite tratar-se de vestígios budistas, pois 108 é o número exato das contas dum rosário budista.
Continuando a viagem para nascente, chega-se a dada altura à ilha dos pássaros. Vivem nesta ilha, formada por sedimentos, mais de um milhão de aves migratórias de setenta espécies, incluindo algumas em perigo de extinção ou raras.
Pra muitos turistas há ainda uma outra tentação---mas não para todos, que a coragem não se empresta! Andar de balsa de pele de carneiro no Rio Amarelo!
Depois de se atravessar o rio, encontra-se um pequeno oásis na margem sudeste do Deserto Tengger, palavra que na linguagem local significa caindo do céu. Do cimo duma colina de areia com dois mil metros de longo por cem de altura, chamada Shapotou, pode ver-se o Rio Amarelo e para sul, ruínas da Grande Muralha. Para norte pode ver-se também uma seção da linha férrea Baotou-Lanzhou. Quando uma pessoa escorrega pela encosta de areia, ouve-se um som melódico semelhante ao ressoar duma campainha, como se houvesse um templo ali perto... Este som que intriga e maravilha os visitantes é produzido, devido à areia aquecida que está sempre a mudar de posição ter um nível muito elevado de quartzo. Geralmente depois de andar de escorrega na areia, os turistas aproveitam para ir passear para o deserto de camelo!
Milhares de pinturas sobre as escarpas rochosas foram recentemente encontradas nesta zona, no passo a norte das Montanhas Helan. Produto da mão de nômades, estas pinturas são mina de informação quanto à vida dos povos que em tempos ali viveram; os temas são variados, desde cenas da vida diária a cenas de caça, animais etc. E as imagens foram gravadas na rocha com objetos de osso ou ferro.
Cinqüenta e cinco quilômetros para noroeste de Guyuan, fica o Monte Sumeru, onde se encontram mais de uma centena de grutas das dinastias Wei do Norte, Sui, Tang, Song e Ming e que são a quarta maior série de grutas da China (as outras são por ordem de importância, Dunhuang, Longmen e Yungang). A arte das grutas foi introduzida na China vinda da Índia. As influências da arte hindu são, portanto, notarias, sobretudo nas grutas que datam dos Wei do Norte, mas quando se chega aos Tang, o estilo é tipicamente chinês.
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