As conversações entre os chefes de Estado chinês e americano, que atraíam a atenção do mundo inteiro, celebrou-se dia 20 de abril na Casa Branca, EUA. Foram o apogeu da recente visita do presidente chinês Hu Jintao aos EUA. Embora só duraram menos de meio dia, transformaram-se em um foco de atenção da comunidade internacional devido à particular importância que têm as relações sino-americanas para a configuração estratégica global e a complexidade extraordinária destas relações na atualidade.
Vale dizer que hoje em dia as relações China-EUA em seu conjunto se encontram relativamente estáveis. O governo americano espera que a China desempenhe um papel como uma "parte interessada responsável" no sistema internacional atual, o que implica no reajuste da ideologia pelos EUA, em forma mais realista, perante o rápido desenvolvimento da China, e espera uma cooperação com a China nos assuntos globais.
Pode-se afirmar que, quanto mais se estreitem as relações entre os dois países, aumentará mais, de modo correspondente, a possibilidade de frições bilaterais. É aqui a razão fundamental das desavenças que têm aparecido ultimamente entre a China e os EUA em múltiplos terrenos como as relações econômicas e comerciais, os direitos humanos, a segurança e a confiança recíproca regional. Se exagerarem estas frições e contradições, chegaríam provavelmente a uma avaliação relativamente pessimista sobre as relações China-EUA. Sem embargo, se colocarem estes problemas no fundo geral do desenvolvimento de ditas relações rumo à profundidade, madureza e integridade, encontrarão que se trata de fenômenos naturais surgidos durante a ascensão espiral das relações sino-americanas e que são contradições secundárias dentro da estabilidade geral dessas relações.
O recente encontro Hu-Bush, observando-o partindo da mencionada óptica, nos inspirará nos seguintes três pontos:
Primeiro, os líderes dos dois países sustentam pelas relações de cooperação construtivas, sublinham a cooperação e os interesses comuns e se esforçam por criar um marco de estabilidade duradoura das relações bilaterais. O presidente Hu Jintao enfatizou no encontro que a China e os EUA devem levar em consideração os interesses de longo prazo e tomar em conta a perspectiva; e o presidente Bush declarou o desejo de ver a inserção da China pacífica e próspera. No problema de Taiwan, que é o núcleo das relações sino-americanas, o presidente Bush reiterou a posição fundamental de persistir na política de uma só China e de não apoiar a independência de Taiwan. Em problemas quentes regionais como o problema nuclear coreano e o do Irã, as duas partes enfatizaram repetidamente a importância da cooperação. De fato, o mais importante da recente cúpula reside em que ambas as partes definiram de novo o quadro básico das relações construtivas, cooperativas e estratégicas e o marco de relações a longo prazo.
Segundo, os dois líderes se comunicaram com franqueza, afrontaram as divergências, manifestaram o espírito realista e pragmático para com os campos em que existem diferenças e contradições entre as duas partes, e criaram um novo modelo de diplomacia dos chefes de Estado chinês e americano. O governo chinês, por um lado, se esforça até onde seja possível, mediante ações concretas, por sanar o desequilíbrio comercial entre a China e os EUA, e, por outro, anuncia sua política de não buscar grandes superávit comerciais, além de dar a conhecer sua prática concreta no respeito à demanda interna do país e na transformação da forma de crescimento econômico. Quanto ao problema de propriedade intelectual, a China e os EUA têm manifestado francamente suas respectivas atitudes ao respeito. Tal como afirmou o presidente Bush depois das conversações: tenho dito todo ao presidente Hu com a sinceridade. Depois de cinco encontros no ano passado, o presidente Hu Jintao e o presidente George W. Bush não só têm estabelecido boas relações pessoais, como também se têm familiarizado e acostumado cada vez mais a esta forma de intercâmbio com franqueza, o que é precisamente um importante indício da madureza das relações entre os dois países.
Terceiro, os líderes dos dois países efetuaram ativos esforços por explorar mais espaços para o futuro desenvolvimento das relações China-EUA. O crescimento a longo prazo destas relações não deve basear-se tão somente no intercâmbio econômico e comercial e na cooperação na segurança, mas sim na expansão dos canais mais amplos para o intercâmbio. A visita do presidente Hu Jintao começou por Seattle e Washington e terminou na Universidade Yale, o que representa desde um ângulo, a ideia fundamental do governo chinês para o desenvolvimento das futuras relações China-EUA, a saber: por ênfases tanto na base econômica por um lado, e por outro nas relações estratégicas, e mais ainda no intercâmbio cultural e social. Ao mesmo tempo, as duas partes têm alcançado um amplo consenso em terrenos como a cooperação energética e a cooperação na segurança não tradicional.
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