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2006-04-12 09:03:45
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Empresários chineses e de língua portuguesa buscam novas oportunidades de negócio em Lisboa
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Segundo o Jornal de Tribunal de Macau informou dia 11, cerca de 400 representantes de agências governamentais e empresários da China, países de Língua Oficial Portuguesa e Macau estão reunidos desde dia 10, num hotel de Lisboa, num encontro destinado a reforçar o intercâmbio comercial e de investimento entre os diferentes países. Com pouca conversa e mais acção... O encontro não tem nada de novo: cada país e a RAEM estão representadas pelas agências ou institutos de promoção de investimento, pondo empresários públicos e privados a dialogarem sobre oportunidades de negócios. Contudo, a edição de Lisboa, 2006, apresenta um número invulgar de presenças, em especial de empresários chineses e dos PALOP's, a denotar "trabalho de casa" feito nos últimos anos, a que não pode ser alheio o papel do Forum estabelecido na RAEM. Isto é, criado em 2003 através do apoio do Governo Central e da RAEM, o chamado Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa custou a arrancar - inclusivamente ainda não está totalmente preparado a nível organizativo interno, nomeadamente do seu Secretariado Permanente - mas começa a dar frutos, naquilo que mais interessava: a nível do fluxo das trocas comerciais e do investimento. Falando com delegados de vários países sobre o aumento da cooperação económica, que os dados estatísticos de 2005 reflectem de forma muito considerável, todos reconhecem o papel determinante da RPCh e da RAEM como "locomotivas" deste processo, mas também, não têm dúvidas que, descontando o Brasil, por parte dos mais importantes países africanos de expressão portuguesa e mesmo de Portugal, há hoje uma compreensão da importância do mercado chinês e das capacidades de investimento da RPCh em termos mundiais. O secretário de Estado do Comércio e da Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro salientou ao JTM esse "renovado interesse" português pelo investimento na China e pela promoção de oportunidades de investimento chinês no nosso País, revelando-nos várias acções recentemente estabelecidas e outras que se prepara para executar através de uma presença mais regular das instituições portuguesas no interior da China. "Olhamos para a China e Macau, com enorme atenção", disse ao JTM, revelando que no próximo mês estará na Província de Shandung a apadrinhar nova inicitiva empresarial portuguesa. Quanto ao poderio econômico da China, Wang Chengan e Echo Chan destacaram precisamente o poderio económico da RPC. "O valor global das trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa atingiu em 2004, os 18 mil e 270 milhões de dólares americanos, o que se traduz num aumento de 65,7% comparativamente a 2003" disse Wang Chengan, secretário geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e países de língua portuguesa, adiantando que "em 2005, o valor global das trocas comerciais entre as partes atingiu os 23 mil e 190 milhões de dólares, um aumento de 26,9 % em relação a 2004". Dados que impressionaram a assistência, mas em especial a sua constatação de que "estes dados são fruto do esforço comum dos países participantes no Forum", mas também a sua determinação de que "não nos contentamos com a situação actual, porque há ainda muitas áreas por explorar". No mesmo sentido foi a intervenção de Echo Chan, vogal executiva do IPIM, que, no entanto, também privilegiou o papel da RAEM como "intermediário de relevo no processo de cooperação económica e comercial, graças às profundas relações históricas, culturais e humanas com os países lusófonos". A dirigente do IPIM, enumerou as várias acções realizadas pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau para salientar que "Macau desempenha o papel de plataforma de serviços no processo de cooperação" entre a China e os países de língua oficial portuguesa, e destacou que "se Macau não é a única plataforma, figura como uma das plataformas efectivas, especialmente para as pequenas e médias empresas". Curiosamente foi Sui Jianmin, director geral das Relações Internacionais do CCPIT - Conselho de Promoção do Comércio Internacional da China que realçou o poderio do mercado dos países de língua oficial portuguesa, "mais de 200 milhões que são um atractivo para as empresas chinesas". Segundo salientou "nesta era da globalização, tudo é possível, e desde a sua adesão plena à Organização Mundial do Comércio a RPC tem feito grandes esforços para se adaptar", em especial no campo legislativo onde "foram alteradas mais de três mil leis e regulamentos de molde a estar conforme com os padrões internacionais". Na sessão de abertura falou ainda o embaixador da RPCh em Portugal, Ma Enhan que enalteceu a boa relação entre a RPCh, Portugal e os Palop's desejando que o encontro possibilite um maior incremento da cooperação económica e comercial. Terminada a sessão de abertura, iniciaram-se os contactos entre os empresários, desde logo no "coffe-break" e depois, de modo mais formal, primeiro com a apresentação das potencialidades de cada país e depois com contactos formais, "um-a-um" que prosseguiram durante toda a tarde.
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