O rei Jing, do reino de Zhou, só pensava em divertir-se, e não se preocupava com os sofrimentos do povo.
No ano de 542 a.C., encontrou um meio para aumentar a sua riqueza: suprimir as pequenas moedas que estavam em circulação e cunhar moedas grandes para as substituírem.
O ministro Shan Mu Gong, preocupado com as condições de vida do povo e com o destino do reino, dirigiu-se ao palácio real para tentar levar o rei à razão:
-Não procedais dessa forma, Majestade! Abolir as moedas pequenas e cunhar grandes prejudicará o povo; e quando este se vir pobre e sem os recursos necessários à sua sobrevivência, fugirá...
Impaciente, o rei Jing não lhe deu ouvidos:
-Que me importa isso?-disse ele.
-Não faleis assim, Majestade, disse Shan Mu Gong ainda mais emocionado. O nosso reino é rico, e Deus não cessa de nos castigar com calamidades naturais. Como poderemos nós pensar em criar mais desgraças para o nosso povo?
Shan Mu Gong continuava a tecer as suas considerações, quando o rei o interrompeu, ordenando:
-Continuem a cunhar a moeda!
Com a circulação das moedas grandes, o rei conseguiu amealhar uma enorme fortuna à custa do povo.
Dois anos se passaram, e então o rei teve uma outra idéia: confiscar todo o cobre do país para com ele fazer dois grandes sinos. Mais uma vez o ministro Shan Mu Gong o aconselhou:
-Com a substituição das moedas, o povo sofreu grandes prejuízos. Agora, a fundição do cobre para os sinos esgotará a riqueza do reino. Além disso esses sinos, embora sejam os maiores de sempre, jamais soarão em harmonia com o resto da orquestra.
O rei Jing, não quis saber do que lhe dizia o seu ministro, e ordenou:
-Continuem a fundir o cobre para os sinos!
No ano seguinte, os dois enormes sinos estavam concluídos, e o rei, para humilhar o ministro Shan Mu Gong, ordenou que os músicos os tocassem. Ao ouvi-los, disse triunfantemente a outro ministro, de nome Zhou Jiu:
-Que harmoniosa é esta música!
Acontece que, como Shan Mu Gong, o ministro Zhou Jiu também se preocupava com a vida do povo, e respondeu ao rei:
-Não digais isso, Majestade. Seria harmoniosa se o povo estivesse satisfeito com a fundição desses sinos. A vontade das massas é um baluarte, a boca do povo derrete o ouro: quando o povo apóia, tudo é sólido como um baluarte; quando o povo não aceita, qualquer coisa se derrete, mesmo que seja dura como o ouro.
O rei deixou de se vangloriar.
Desta história ficou o provérbio. A vontade das massas é um baluarte, para dizer que, se todos estão unidos, se pode fazer o que quer que seja. Em certos casos, o provérbio tem o significado de A união faz a força.
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