Televisão Al-Jazeera(Catar): Este ano se comemorará o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os países árabes. A China tem cada vez maior interesse no Oriente Médio, mas esta região tem cada dia mais problemas e contradições. Segundo alguns especialistas, o papel da China nessa região não é grande e sua posição também não é clara. Hoje, poderia apresentar de maneira clara a posição da Chancelaria chinesa sobre estes problemas, como por exemplo a questão nuclear iraniana, o problema iraquiano, a subida do Hamas no poder e a violação incessante de Israel dos tratados internacionais?
Li: Desde que se fundou o Fórum Sino-Árabe para a Cooperação, ambas partes tem cooperado estreitamente e tem obtido progressos positivos na construção do Fórum. No ano passado, o Fórum organizou com êxito a primeira Conferência de Empresários, a segunda reunião dos chefes executivos do Fórum de Empresários Sino-Árabes, Seminário sobre o Investimento e Seminário sobre o Diálogo de Civilizações. Ambas as partes começaram ainda a cooperação na formação dos recursos humanos. O fato demonstrou que o Fórum tem se transformado em uma nova plataforma para fortalecer o diálogo e cooperação entre a China e o mundo árabe. Este ano, será realizada em Beijing a segunda reunião a nível ministerial. Estamos dispostos a fazer esforços com todos os países árabes para aprofundar a cooperação dentro do quadro do Fórum em diferentes áreas e promover as relações sino-árabes no novo período.
Você disse que a política da China em relação ao Oriente Médio não é tão clara. Calculo que talvez você estivesse ocupado em outros assuntos quando ouvia o porta-voz da Chancelaria Kong Quan. A China dá grande atenção aos assuntos do Oriente Médio e dedica-se à concretização, o quanto antes possível, de sua paz e estabilidade. Sustentamos pelo desenvolvimento das relações entre os países da região de base no respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco, sempre nos esforçamos pela promoção das negociações de paz e continuaremos impulsionando, junto com a comunidade internacional, a solução aos problemas regionais incluindo o conflito entre Israel a Palestina.
Quanto ao caso muito sensível de caricatura que aconteceu há pouco tempo, o governo e o povo chineses expressaram claramente sua posição e sustentamos pelo respeito mútuo entre as civilizações. O Oriente Médio tem sua própia tradição, crênça religiosa e características culturais. Qualquer ação relacionada com a região deve contribuir para a solução dos problemas quentes por via pacífica, e promover a paz, a estabilidade e o desenvolvimento da região, deve respeitar a vontade dos países e povos da região e deve ser amplamente discutida com os países da região.
Quanto ao problema do Iraque, nossa posição é inequívoca. A China sustenta pela firme salvaguarda da unificação, soberania e independência do Iraque e estimula que as diversas fações iraquianas fortaleçam o diálogo e união para impulsionar conjuntamente sua reconstrução e estabilizar a situação. Também sustentamos a necessidade de desenvolver o importante papel da ONU e da comunidade internacional.
Quanto à questão nuclear do Irã, prestamos também grande atenção. A China apoia a manutenção do mecanismo de não-proliferação nuclear, opõe-se à proliferação das armas nucleares e sustenta pela solução da questão nuclear iraniana o mais cedo possível por via diplomática e através de negociações. A posição chinesa corresponde aos interesses fundamentais das partes envolvidas na questão. O Irã, como país signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, tem os direitos ao uso pacífico da energia nuclear e deve naturalmente cumprir as obrigações interessadas. Esperamos que o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica façam cooperação e adotem mais as medidas favoráveis ao aumento da confiança. Para apresentar a posição chinesa, o vice-chanceler chinês Lv Guozeng acabou de visitar Teerã. Percebemos que ainda ontem à noite, o secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, senhor Mamoud El-Baradei, disse que existe a esperança para chegar a certo acordo sobre a questão iraniana. Na atualidade, é muito importante para a comunidade internacional manter o consenso para resolver o assunto mediante canais diplomáticos. É ainda possível fazê-lo dentro do quadro da Agência Internacional de Energía Atômica. A comunidade internacional não deve abandonar seus esforços. Esperamos que as negociações das partes envolvidas possam obter resultados positivos e que todas as partes mantenham a calma, moderação e paciência, mostrem a flexibilidade e continuem dedicando-se para resolver o problema por via diplomática. Pela solução adequada da questão e pela paz, a China está disposta a continuar mantendo comunicação e coordenação com os países interessados e o diretor do Departamento de Controle Armamentista da Chancelaria chinesa está participando positivamente dos respectivos trabalhos.
Quanto às relações entre a China e a Palestina, os dois países desfrutam de uma profunda amizade tradicional. A China está disposta a continuar mantendo e desenvolvendo as relações amistosas com a Palestina. A China tem proporcionado apoio e ajuda à Palestina dentro de seu alcance e vai considerar seriamente o pedido de assistência da Palestina. Os meios pacíficos e as negociações políticas constituem o caminho correto para solucionar o problema do Oriente Médio. A China deseja que a Palestina e Israel continuem respeitando as resoluções da ONU e o princípio de "terra por paz" e persistam em resolver seus litígios por meio de diálogo. A China apoia firmemente o processo de paz do Oriente Médio e tem trabalhado com as diversas partes a seu modo. Continuaremos cooperando com as partes relacionadas e desempenharemos um papel construtivo para materializar o quanto antes possível a paz e a estabilidade na região.(continua) 1 2
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